04 de Fevereiro de 1902: nasce Charles Lindbergh; saiba mais sobre este pioneiro da aviação

Lindbergh junto ao Spirit of Saint Louis. – Foto: Wikipédia

Charles Lindbergh nasceu em Detroit, nos Estados Unidos da América. Foi o primeiro aviador a realizar a façanha de atravessar o Atlântico, sozinho a bordo de um monoplano, num voo sem escala, tornando-se um herói da noite para o dia. Quando pousou no Aeroporto Le Bourget em Paris, em 21 de maio de 1927, 33 horas depois de ter partido de Nova Iorque, tinha à espera uma multidão de 150 mil pessoas.

A fama e suas consequências

A partir de então, tudo o que ele fazia era acompanhado por um público ávido de novidades. Em 1929, Lindbergh casou-se com Anne Morrow, filha do embaixador americano no México. O primeiro filho do casal foi sequestrado e morto em 1932, uma tragédia que comoveu o mundo. A Justiça condenou o presumível autor do crime à morte, num julgamento até hoje considerado polêmico.

Charles Lindbergh (centro) durante o julgamento de Bruno Hauptmann, o sequestrador de seu filho – Wikipédia

A exposição constante à opinião pública tornou insuportável a vida dos Lindbergh, que deixaram os Estados Unidos e realizaram uma viagem pelo mundo a mando da Secretaria norte-americana da Guerra. Ele trabalhou como uma espécie de embaixador americano informal. Comparecia a recepções, conhecia autoridades, traçava planos para a aviação comercial em escala global.

Polêmica

O casal esteve também na Alemanha, onde ficou impressionado com os progressos tecnológicos do país governado pelos nacional-socialistas. Ambos participaram da abertura dos Jogos Olímpicos de 1936 ao lado de Adolf Hitler, no camarote oficial.

Quando regressou aos Estados Unidos, Lindbergh passou a fazer oposição aberta ao presidente Franklin Roosevelt e a apoiar o trabalho do movimento conservador American First, que pregava a neutralidade americana na guerra iniciada por Hitler.

O seu posicionamento político valeu a suspeita, na opinião pública, de que simpatizava com os nazis. Quando o Japão atacou Pearl Harbor, Lindbergh alistou-se no Exército como voluntário, mas o presidente Roosevelt recusou a sua colaboração. Ele só foi admitido para participar nos combates como piloto em 1944.

Pouco antes do final da guerra, recebeu uma missão especial: a de descobrir em que ponto os alemães se encontravam no desenvolvimento de foguetes. Foi assim que visitou o campo de concentração Dora-Mittelbau, onde morreram 25 mil prisioneiros que realizavam trabalhos forçados – na construção do foguete V-2.

Vendo em si próprio o grande símbolo romântico da aviação, Lindbergh passou a considerar-se corresponsável pela destruição do planeta. Nos últimos 25 anos de vida, viajou muito pelo mundo defendendo causas ambientalistas. Morreu de câncer, no Havai, em 27 de agosto de 1974.

Túmulo de Charles Lindbergh em Maui (Havaí) – Wikipédia

Um facto da vida do aviador, contudo, permaneceu oculto por décadas: a de que ele levava uma vida dupla. Somente em novembro de 2003, testes de DNA confirmaram que Lindbergh teve três filhos com a chapeleira Brigitte Hesshaimer, no sul da Alemanha.

Detalhes e fatos sobre o grande feito

Lindbergh partiu do Condado de Nassau, Estado de Nova Iorque, na costa oriental dos Estados Unidos, em direção a Paris, França, em 20 de maio de 1927, tendo pousado na capital francesa no dia seguinte. O avião usado por Lindbergh chamava-se “The Spirit of Saint Louis”. O voo de Lindbergh durou 33 horas e 31 minutos. O feito de Lindbergh fez com que fosse galardoado com o “Prêmio Orteig”, de 25 mil dólares, em oferta desde 1919.

Seu neto, Erik Lindbergh, repetiu a viagem em um avião semelhante ao usado por seu avô Charles, 75 anos depois, em 2002. Lindbergh não foi, porém, o primeiro aviador a fazer um voo transatlântico, feito que pertence a John Alcock e Arthur Whitten Brown, cujo voo foi feito em 1919; em 1922 os portugueses Gago Coutinho e Artur Sacadura Cabral realizaram a primeira travessia aérea do Atlântico recorrendo apenas a navegação astronómica, no que foi também a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

Pouso de de emergência no rio Minho

A 12 de novembro de 1933 Lindbergh faz uma descida, forçada, no rio Minho em Friestas, Portugal.

O hidroavião “Lockheed” foi imobilizando numa enseada situada junto à Ínsua do Crasto, em Friestas, Valença, perante uma população que correu para o acolher.

Aos comandos da aeronave, além de Charles Lindbergh estava a sua esposa, Anne Morrow. O motivo da descida no rio Minho foi a falta de gasolina.

Na década de 1990 foi inaugurado em Friestas um monumento a Lindbergh da autoria de Alípio Nunes Vaz de Sousa. O monumento consiste numa pirâmide de granito de 23 toneladas e numa estrutura em ferro, com 800 kg.

 

Fontes: Manoel Cavalcanti Neto e Wikipédia

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