A TV precisa mostrar de forma crua a gravidade da pandemia (Mauricio Stycer)

Caco Barcelos, do “Profissão Repórter” – Reprodução

Entre todas as mídias, a que alcança o maior número de pessoas no Brasil ainda é a TV aberta. Por isso, o jornalismo praticado pelas grandes redes de televisão tem um papel tão importante na cobertura da pandemia de coronavírus.

Neste momento em que há um descontrole da covid-19 no país, e os hospitais estão lotados, é ainda maior a responsabilidade da mídia. Como muitos veículos fizeram em alguns períodos de 2020, quando a pandemia atingiu picos, novamente é hora de mostrar de forma crua a gravidade da situação.

Por mostrar de forma crua eu falo de exibir a realidade sem muitos filtros. Mostrar a situação nas UTIs, nas entradas dos hospitais, nas casas das pessoas mais necessitadas, nos cemitérios. É a forma mais eficaz, possivelmente, se sensibilizar o cidadão sobre a necessidade de se proteger.

De volta à grade da Globo há duas semanas, o “Profissão Repórter” está fazendo isso. O primeiro episódio dedicou-se a mostrar a situação da pandemia em Manaus e em São Paulo. Em casa, por precaução, o repórter Caco Barcellos, alma do programa, ensinou à repórter Nathalia Tavolier, que se emocionou ao relatar o que viu em Manaus:

“Nessa hora é importante ter consciência da relevância do nosso trabalho. É importante, sim, mostrar a gravidade desta doença. Eu tenho recebido, inclusive, apelos dos médicos pedindo, sim, para fazer este registro nas ruas, acompanhando de perto o sofrimento das pessoas. Eles acreditam que dessa maneira mais gente pode tomar consciência da importância do distanciamento social, de sair para as ruas de forma consciente, tomando cuidado, usando máscara. Então, a gente tem que seguir em frente, Natalia, sabendo que é muito difícil, mas importante persistir”.

No segundo episódio, exibido esta semana, o “Profissão Repórter” tratou da miséria e da fome em São Paulo e no Nordeste. Com imagens duras, o programa quis realçar a importância do auxílio emergencial neste momento. Uma pena que esteja indo ao ar de madrugada. Deveria ser exibido no horário nobre.

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