David Neeleman promete passagens mais baratas, voos sem escala e estagiários como comissários na Breeze
“[Vamos] enviar uma mensagem para o celular do cliente, ‘Ei, vimos que você irá voar hoje. Gostaria de comprar um sanduíche de filé mignon para entregarmos em mãos no seu assento?’ É só adicionar esses pequenos complementos divertidos, onde você pode clicar em ‘sim, sim, sim’. E podemos simplesmente continuar adicionando ao cartão de crédito”, afirmou Neeleman durante a entrevista.
Por enquanto, a Breeze deverá operar somente com 15 aeronaves da Embraer — inclusive com unidades de geração anterior cedidas pela Azul. Mas já foram encomendadas outras 60 unidades do Airbus A220, concorrente direto dos modelos brasileiros, e, segundo a Reuters, já foram pedidas mais 20 aeronaves. Como destaque, os custos de viagem serão até 30% menores que no Boeing 737 da Gol.
E o fundador da companhia garantiu, durante o World Aviation Festival, evento de aviação realizado na última semana, que nenhuma das aeronaves será aposentada após a chegada dos modelos europeus — isso porque, enquanto as unidades da Embraer ficarão concentradas nas viagens de até 2 horas, o modelo produzido pela Airbus servirá como uma alternativa para atender rotas longas.
De acordo com o executivo, essa estratégia permitirá transportar os passageiros até duas vezes mais rápido (e pela metade do preço) que concorrentes grandes, como American Airlines, Delta e United, que operam principalmente em aeroportos maiores. Com viagens de turismo nos fins de semana, também existe a possibilidade de lucrar com outros tipos de serviço, como a inclusão de alugueis de veículos, por exemplo.
Em meio à crise do setor de aviação comercial, a nova companhia aérea recebeu 100 milhões de dólares de investidores e do próprio fundador. Só que esse valor é suficiente apenas para metade dos custos da empresa, que estima gastar 57,5 milhões de dólares só para começar a operar e outros 149,6 milhões de dólares durante o primeiro ano. Mas o objetivo de Neeleman é lucrar até o próximo ano.
Para tentar contornar o rombo inicial nas finanças e dar alívio ao caixa da Breeze, as novas aeronaves da Airbus deverão ser vendidas a empresas de leasing. Depois, todas as unidades serão arrendadas de novo a valores mais fáceis de negociar. Isso porque, com a menor demanda durante a pandemia de covid-19, as taxas de aluguel tiveram redução de até 23%, segundo a consultoria de aviação Cirium.
Fonte: Exame
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