GUERRA ÀS CEGAS

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Por Minervino Wanderley

Desde que o povo ocupou os quatro cantos da Terra que há um visível controle populacional. Ao longo do tempo, das grandes tragédias naturais a pestes e guerras que assolaram o planeta; de Gengis Khan a Hitler; da Santa Inquisição ao Jihad. Sem falar na fome e na miséria, provocados por uma desigualdade social alarmante. Assim, milhões de pessoas foram dando seus lugares àqueles que vinham nascendo. Um processo que, apesar de doloroso, ocorre sistematicamente. Naturalmente.

No século XX, duas guerras mundiais provocaram as mortes de cerca de 100 milhões de pessoas. A rebelião Taiping, ocorrida no século XIX, na China, dizimou outro tanto. Já a Peste Negra, que assolou a Europa no século XIV, reduziu em 1/3 a população daquele continente.

Com o avanço tecnológico, as guerras convencionais, feitas por bombas, granadas, metralhadoras, ataques aéreos, batalhas navais, soldados usando uniformes diferentes dos inimigos, emboscadas, atos de heroísmo, tudo isso deu lugar aos equipamentos nucleares. São suficientes quatro ou cinco ogivas para que nosso planeta vire pó.

Porém, hoje, travamos uma batalha contra um inimigo extremamente letal e que traz consigo um trunfo nunca dantes usado em guerras: ele é invisível. O mundo todo está sem saber como efetivamente combatê-lo. Não se sabe por onde chega nem se percebe sua presença. Só tomamos conhecimento da sua potência quando alguém é atingido por um disparo feito por ele. Sempre de forma silenciosa e traiçoeira.

E esse projétil chega ao alvo não saindo do cano de uma metralhadora ou de armamentos sofisticados, nem tampouco provocado por explosões nucleares, mas através de um amistoso aperto de mão ou por um carinhoso e afetuoso beijo. Gestos envoltos em carinho e amor se transformaram em máquinas mortíferas. Estamos caminhando para uma vida em pequenas tribos. Cada qual com sua família trancafiados em cavernas.

Assistimos, atônitos, ao poder de devastação desse inimigo. Já atingiu a mais de 112 milhões de pessoas mundo afora, provocando a morte de cerca 2,5 milhões de seres humanos. Sem um tiro, sem nenhuma explosão. A Europa e Estados Unidos adotam procedimentos antes inimagináveis no intuito de conter o avanço das tropas inimigas, que chegam por terra, pelo mar e pelo ar. E vejam que estamos falando de países do primeiro mundo, não de povos subnutridos da África ou América Central.

Mas, trazendo para o nosso quintal, que pena viver no Brasil de hoje. Não bastasse a incrível letalidade do vírus – que já dizimou mais de 250 mil conterrâneos -, políticos que deveriam ser líderes travam duelos diários, como se estivessem em lados opostos. Seus seguidores portam bandeiras com as cores dos seus partidos e, em público, acusam-se, num degradante espetáculo midiático.

Alguém é capaz de negar a batalha entre Bolsonaro, Dória e, digamos a esquerda, que tem o PT à frente? Vejam o peso: o primeiro, é o presidente da República, a quem cabe manter a serenidade e conduzir a população que o elegeu pelos melhores caminhos. O segundo, governa o estado que tem uma economia maior do que a de muitos países, parece que quer sua independência. O terceiro, governou o país por um bom tempo, naufragou, mas não perdeu a musculatura. Que desperdício de forças! Cabe, perfeitamente, a frase do nosso ex-governador Cortez Pereira: “Se unidos somos fracos, divididos não somos nada!”.

Meus caros, nas grandes guerras surgem os grandes líderes. Churchill mostrou isso ao mundo. Ajam como tal!

Claro que não podemos deixar a imprensa de lado. Seu papel, tão importante nesses momentos, fica ofuscado quando parte dela esquece do seu real valor no cotidiano da sociedade e deixa, claramente, a isenção de lado. A informação precisa e certa é valiosíssima. Isso fica cristalino quando vemos as redes sociais. Muitas postagens – talvez sua grande parte – têm como fonte portais completamente carentes de credibilidade. Isso de ambos os lados.

Se dermos um “zoom” no assunto e olharmos o Rio Grande do Norte, fica evidente a mesma história da politicagem. A governadora Fátima Bezerra e o prefeito de Natal, Álvaro Dias, não entram em sintonia. Quando assisto às sutis e mútuas “trocas de gentilezas”, mais uma vez sou obrigado a recorrer à frase: “Se unidos somos fracos, divididos não somos nada!”. Será que não é chegada a hora de jogar as bandeiras fora e, num gesto de sobrevivência, todos darem-se as mãos e se unirem em defesa das vidas?

Caso contrário, a continuar desse jeito, creio que não precisaremos mais do fortalecimento do vírus para nos destruir. Esse “exército” que ora está entrincheirado em seus gabinetes fará isso mais rápido.

 

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Comentários (2)

  • carlos alberto Responder

    Uma bandeira branca da paz se levanta no meio das cruzes que se reproduzem na terra regada à lágrimas dos nosso cemitérios.

    27 de fevereiro de 2021 at 20:16
  • Marcos Responder

    Pense num caba para escrever bonito!!!

    27 de fevereiro de 2021 at 13:08

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