Isolamento pode causar prejuízos ao desenvolvimento da fala e linguagem; saiba como evitar

Ilustração

Com a privação de oportunidades para a aprendizagem de comunicação, o isolamento social pode trazer prejuízos ao desenvolvimento da fala e linguagem das crianças. Sem a interação com seu meio e brincadeiras com os pares, elas deixam de vivenciar novas experiências que enriquecem a memória e o conhecimento.

A coordenadora de Fonoaudiologia do Núcleo Desenvolve, Maria Tereza Freitas, explica que a fala e a linguagem ocorrem, de maneira funcional e efetiva, quando estamos inseridos em um meio social. “É nas relações e na troca com os indivíduos e o ambiente que a comunicação é estabelecida e na infância que adquirimos e desenvolvemos fala e linguagem, por meio do convívio com a família, escola e meio social”.

Maria Tereza ressalta a importância do ambiente doméstico para oferecer oportunidades diversas de impulsionar o desenvolvimento de habilidades e competências das crianças. “Os pais têm um papel fundamental na estimulação de linguagem e fala de seus filhos”, reforça. “No período de isolamento social, onde as famílias então mais unidas, é importante oferecer a eles oportunidades de aprendizagem e estímulo com as situações do dia a dia”.

A fonoaudióloga elenca, ainda, o que pode ser feito em casa. “Estabelecer uma rotina da família e da criança com momentos para brincadeiras compartilhadas, contar histórias ilustrativas com livros durante o dia e antes de dormir, engajar as criança nas atividades da casa e aproveitar estes momentos para ampliar o vocabulário sobre os utensílios, alimentos, vestuário, além de assistir filmes e séries juntos, comentando ao final de cada sessão sobre o que a criança viu e compreendeu etc.”

No Núcleo Desenvolve, as crianças em terapia não tiveram os atendimentos interrompidos, evitando assim a regressão das habilidades já conquistadas. “Aderimos à modalidade de atendimento remoto e treinamento parental, diariamente, com o auxílio dos pais, seguindo um plano de atendimento adaptado e individualizado para cada caso e para cada realidade familiar”, diz.

“Uma vez que nossa intervenção é realizada na casa da criança com a participação da família, esse processo se tornou mais fácil e fluido e, com isso, obtivemos excelentes resultados”, avalia Maria Tereza.

Por fim, a fonoaudióloga fala sobre a necessidade ou não de auxílio profissional no processo de desenvolvimento da fala. “A comunicação começa bem cedo, nos primeiros meses de vida, e as primeiras palavras surgem por volta do primeiro ano”, ressalta. “Uma vez que a fala é uma das formas de expressar linguagem, a comunicação por meio do olhar, de gestos, de expressões corporais e faciais surge muito antes”.

Nesse momento, segundo ela, é muito importante ter sempre o máximo de informações corretas para saber o que fazer e a quem recorrer, caso seja necessário. “Orienta-se buscar ajuda profissional, sobretudo de um fonoaudiólogo, o quanto antes, sempre que houver suspeita de que o desenvolvimento da criança não está adequado para aquilo que se espera em sua faixa etária”, afirma.

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