PENSE! Fabio Ferreira: “Os desafios das mulheres que fazem parte da Geração X”

Por Fabio Ferreira*

Em meio a vários acontecimentos que marcaram a conjuntura mundial e nacional, nasce a geração X (A geração X é aquela que nasceu entre meados dos anos 60 e início dos anos 80. A geração Y contempla aqueles que nasceram entre o fim dos anos 80 e início dos anos 90, além da geração Z, formada por aqueles que nasceram entre 1992 e 2010).

A década de 80 veio carregada de grandes expectativas. Foi uma época chamada de “década perdida”, dado o acontecimento de várias guerras e um período de intensa estagnação econômica. Ser adolescente nas décadas de 80 e 90 foi vivenciar um mundo onde o desenvolvimento da tecnologia já tinha começado, mas ainda não era extensivo à maioria da população. Muitos tiveram acesso primeiro a um curso de datilografia e depois a um curso de computação, utilizando um monitor de tela preta. Palavras como DOS, mouse com bolinha, capa para computador e proteção de tela faziam parte da linguagem dos adolescentes. Para quem vivia nas áreas rurais, era pior ainda. O telefone estava popularizando-se, mas ainda era artigo de luxo. Vivenciamos o aparecimento dos primeiros celulares, os chamados “tijolões”.

As mulheres da geração X (36 a 56 anos) fazem parte do avanço feminino no mundo do trabalho. Abriram as portas para as novas gerações, enfrentaram e ainda enfrentam o machismo no mundo dos negócios, mas, em compensação, destacam-se muito mais hoje como empreendedoras, administrando empresas e montando seus próprios negócios em diferentes segmentos. Inclusive, estudos apontam as mulheres da geração X como estudiosas e trabalhadoras. Elas beneficiaram-se dos direitos conquistados pelos movimentos nas décadas passadas. É uma geração que viu a internet nascer e crescer entre a população, que procura adaptar-se às novas tecnologias rapidamente e que estão vendo seus filhos desenvolverem-se rodeados de oportunidades e desafios, os quais nunca imaginaram poder existir.

De acordo com um relatório do Fórum Econômico Mundial, a igualdade de gêneros só será possível em 2095, e a disparidade, quando se trata de participação econômica e oportunidades para as mulheres, gira em torno de 60%. O Brasil está em 124º lugar, entre 142 países, no ranking de igualdade de salários. Esse tem sido o grande desafio para os profissionais que atuam com o processo de inclusão produtiva de mulheres socioeconomicamente vulneráveis, mães e familiares acompanhantes de crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas crônicas assistidas pela Casa Durval Paiva em Natal/RN, buscando o enfrentamento à pobreza por meio da geração de renda e trabalho.

Usar a tecnologia da informação junto a esse grupo tão vulnerável favorece a relação de proximidade, sobretudo entre mulheres com características tão comuns. Além disso, facilita a troca de conhecimento na área de empreendedorismo (uso de mídias sociais, planilhas financeiras, e-mail e internet), sobretudo entre aquelas inseridas em uma cultura tecnológica urbana. A tecnologia da informação pode proporcionar para essas mulheres da chamada geração X o compartilhamento de conhecimento, habilidades, experiências e informações. Essas relações evidenciadas nos contextos dos cursos profissionais realizados na instituição constituem excelentes oportunidades para empoderamento econômico das famílias assistidas, buscando, assim, um pleno exercício de cidadania.

 

*Gestor de TI – Casa Durval Paiva

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