POESIA – CARTA AO BROCOIÓ

Por Celso Cruz

Adoro uma boa live
Minha mulher num gosta não
Eu sou a animação
Eu que faço a minha festa
Forró, samba, seresta
Minha alegria rouba a cena
Não tenho a alma pequena
Do bolo eu sou a cereja
Se tiver música e cerveja
Nem ligo pra quarentena

A mulher diz que eu fico louco
Fico falando sozinho
Assovio, dou gritinho
Em frente à televisão
Danço, levanto a mão
Peço música pro cantor
Grito até mudar de cor
De vez em quando ela apela
Diz que só me lembro dela
Pra dizer: Traga mais uma amor

Agora se a live for
De Celso Cruz o Brocoió
Junta ela, Uma tia, a avó
Está perdido meu dia
Ela é louca por poesia
E pelas coisas do sertão
Grudam na televisão
E ainda convidam a vizinha
E eu me lasco na cozinha
Com a geladeira e o fogão

Elas não ouvem o que digo
Não respondem o que pergunto
No papo delas o assunto
É uma tal de força poética
Em atitude patética
Fecho a cara de pirraça
Tento deixa-las sem graça
Elas não perdem a alegria
Se encharcam de poesia
E eu encho o cu de cachaça

Elas me deram de presente
Um livro de Celso Cruz
Que me acendeu uma luz
Dentro do meu interior
Eu descobri o amor
Contido em cada poema
A poesia roubou a cena
Ela é cultura, é saber
Melhorou meu conviver
Nessa tal quarentena

Descobri que a poesia
Mora em meu interior
Que é ela quem dá sabor
As coisas boas da vida
Hoje um amor sem medida
Aflora do coração
Enxergo em cada canção
Um emotivo saber
Equilibro o meu viver
Com a força da razão.

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *