Prece sob a chuva

Por Sales Felipe
A chuva cai. E o barraco se banha,
Novamente, de dor e abandono.
Uma mão vinda da rua imunda
Procura uma chama num palito.
O velho candeeiro se nega à luz.
E a escuridão ouve o gemido do mundo.
A criança chorando se deita num papelão.
Pedaços de tábua deixam passar o frio.
E o molambo já não lhe cobre o rosto.
Pai nosso que dás abrigo aos desvalidos
Enxuga com teu manto divino a lágrima.
E detém a ambição do forte quando
Subtrai a vida dos teus filhos esquecidos.
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