PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM SÍNDROME DE DOWN É EXEMPLO DE SUPERAÇÃO: ‘MOSTRANDO MINHA TOTAL CAPACIDADE’

João Vitor Mancini Silvério, de 34 anos, se formou em bacharel e também buscou fazer licenciatura. Ele dá aula para crianças em um colégio de Curitiba.

Segundo o professor, a cada passo da trajetória dele, foram muitos os obstáculos vencidos.

De acordo com João, ele enfrentou discriminações em todas as etapas da vida escolar.

Na faculdade, ficava por último na hora da formação de equipes para os trabalhos acadêmicos.

Depois, ainda tinha o descrédito em relação à capacidade dele, mas, aos poucos, foi provando que era capaz.

“Me superando, acreditando, mostrando minha total capacidade.”

João Vitor é professor de educação física, em Curitiba — Foto: RPC/Reprodução

Desde os primeiros meses de vida, a preocupação dos pais do João foi para que ele tivesse uma infância cercada de muitos cuidados e normal.

Até os dois anos e meio, ele teve estimulação precoce na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Depois foi para uma pré-escola, de onde saiu alfabetizado aos 7 anos para o ensino fundamental.

“Como os meus pais me estimularam para ter a minha vida, agora quem quer fazer esse trabalho sou eu, para essas futuras crianças que estão vindo com a Síndrome de Down”, disse João.
Educação
A Síndrome de Down não é uma doença, é uma ocorrência genética natural que acontece por motivos desconhecidos, na gestação, durante a divisão das células do embrião.

A ocorrência é uma alteração cromossômica que acontece quando crianças nascem dotadas de três cromossomos, a trissomia 21, e não dois, como o habitual.

Esta alteração genética afeta o desenvolvimento do indivíduo, determinando algumas características físicas e cognitivas específicas.

O João Vitor faz parte de um grupo ainda pequeno, mas muito significativo de pessoas com Síndrome de Down que cursaram uma universidade.

De acordo com o Movimento Down, que atualiza os dados há mais de uma década, a história recente do Brasil teve 76 Dows matriculados em instituições superiores de ensino.

Educação física, gastronomia e pedagogia são os cursos mais procurados pelas pessoas com a síndrome.

A primeira professora com Síndrome de Down habilitada a dar aulas na América do Sul foi a Potiguar Debora Seabra de Moura, em 2004. Débora também é autora de livros.

Exemplo
Desenvolto e bem comunicativo, João tem construído uma trajetória de destaque. Recentemente, ele conversou com o ministro Dias Tofolli sobre inclusão, em uma videoconferência.

Atualmente, ele é um autodefensor da Federação Brasileira de Sindrome de Down, vice-diretor de Comunicações da Associação Reviver Down de Curitiba, dá palestras de superação e motivação.

“É um batalhador, é um vencedor. É importante ele passar essa mensagem para os pais acreditarem mais nos filhos, né?”, disse o pai do professor, Gonçalo Silvério.

De acordo com João, em todos momentos, foi indispensável o apoio da família.

“Os meus pais são não só de fundamental importância, mas é pra vida, e pra qualquer coisa. Não só para a vida de estudo”, contou João.

DO G1

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