Por Celso Cruz
Ouço uma sanfona chorando
Num indecifrável fraseado
Meu coração bate apressado
Num compasso diferente
Confusa a minha mente
Numa súbita perturbação
Solfeja xote, baião
Me surge um choro incontido
Após Pinto haver partido
Ficou mais triste o Sertão
Pinto paraibano
Pinto de Conceição
Pinto do meu Sertão
Pinto cabra da peste
Orgulho do meu Nordeste
Pinto o virtuoso
Seu legado grandioso
Sua alma nordestina
Sua música nos fascina
Deixa seu povo orgulhoso
Um pinto de voos altos
E de ricas harmonias
Um pinto de alegrias
De um humor contagiante
De trajetória brilhante
De alma livre, inquieta
A companheira dileta
Era sempre uma sanfona
Dessa alma brincalhona
Desse liberto poeta
Pinto do Acordeon
Com a sua maestria
Seu tocar era poesia
Tinha primor o seu cantar
Tinha magia o seu tocar
Ganhava vida a canção
Filho pródigo do sertão
Na música desde a infância
Era a sanfona a ressonância
Do que sentia o coração. (Celso Cruz).
Comentários (2)
Que Deus o tenho no céu como descanso??♀️
Bela homenagem!!!