UMA MANA VIVA! (Flávio Rezende)

©Eliana Lima

 

Para um escritor, os acontecimentos precisam encontrar nas palavras ressonância.

Se algo que acontece não é descrito, para um escritor é como se não houvesse existido.

Tudo só faz sentido se passar pelo jogo de letras que a mente produz e, hoje, os dedos ao dedilhar num celular, tornam realidade.

Assim vou dando vida às minhas viagens pensamentais, amores familiares, insatisfações políticas, questões filosóficas e espirituais e, à mais dolorosa das escritas, às partidas.

Evitei, não sei se percebeu, escrever perda, afinal é muito forte e injusta, quando quem parte, passou a vida acrescentando muitas maravilhas a todos nós.

No quadrado mais próximo a meu ser, papai e mamãe partiram e não perdi nada. Pelo contrário, com enfermidades decorrentes de idades avançadas, foram deixando até hoje, mil motivos para uma ruma de bem querer, exemplos, histórias e estórias para relembrar, contar, revivenciar.

Agora chegou a vez de nova partida, da mana Lila, Liloca nariz de tapioca.

Pense numa alma show, ótima, maravilhosa. Pergunte por ela entre as amigas do Maria Auxiliadora, da rua Conselheiro Brito Guerra, dos blocos carnavalescos, do hospital Onofre Lopes, aos familiares, filhas, qualquer ser que tenha tido o prazer de usufruir de sua presença, mínima que fosse.

Nunca, jamais, em tempo algum, ouvi alguma alma viva dizer absolutamente nada negativo da mana. Mas ouvi, testemunhei, milhares de relatos, citações, depoimentos positivos, altamente nobres, sobre sua alegria, disposição ao bem, companheirismo, a entronizando como amiga sem igual, mãe sensacional, mana excepcional, filha amorosa e ser humano de luz superior e positiva.

Por qualquer ângulo, situação, canto e recanto que a existência física da mana Lila possa ser analisada, haverá em todos os espaços possíveis, o DNA da divindade no que diz respeito à força máxima de sua amorosidade na criação de nossa raça.

No panteão dos sapiens, que possa servir de bom exemplo e orgulhar a espécie que pertencemos, mana Liloca terá presença certa.

Por isso, como escritor me alimento do seu bom exemplo. Como mano me abasteço de sua permanente presença a meu lado na Casa do Bem, lançamento de todos os meus livros, casamentos, nascimento dos filhos, comemorações, com Lila nunca abstendo-se, sempre dizendo sim, estou aqui.

E assim, quem da vida material de todos nós esteve presente de diversas formas, dizendo sim, não existe partida, não existe morte, não existe perda, não existe fim.

Apenas acaba uma parte, um pedaço, começando outro. Sem algumas coisas, eu sei, mas com outras, também saberei, posto que quem aqui muito deixa, não acaba, vira cubo, potência, amplifica amor, espalha bem querer. Agora a mana Liloca não precisa necessariamente ser encontrada num limitado corpo físico, ela está presente no éter, no TODO, una que está com a Morada de Deus, que a tudo abarca e a tudo abraça.

Liloca agora não é mais a nariz de tapioca, é a onipresença real, a goma, a liga, o sabor, a nossa eterna amada UNIVERSAL.

Te amamos sempre. Luzzzzzzz

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Comentários (5)

  • FLAVIO LEITE DANTAS DE REZENDE Responder

    Gratidão a todos os carinhos. Luzzzz Martinha, Guedes, Ivanilsa e Macedo

    10 de março de 2021 at 07:30
  • Andierison Macêdo Responder

    Belíssima homenagem. Siga com Deus…

    8 de março de 2021 at 09:44
  • Martinha Responder

    Meus sentimentos flavio extensivo a toda a familia a Lila foi e sera eternamente exatamente isso que vc conseguiu aqui expressar ! ? sinta-se abraçado

    7 de março de 2021 at 22:26
  • MARCUS GUEDES Responder

    Que relato tocante, emocionante, de fazer as lágrimas lavarem os vincos da face.
    Só Flavinho para escrever algo assim!
    Lamento a sua perda, fraterno amigo!
    Que Deus receba Lila, Liloca Nariz de Tapioca, sob a Luz da Sua Face!!
    E que você e toda a família fique em Paz!!

    7 de março de 2021 at 18:51
  • Ivanilsa Freire da Rocha Responder

    Meus sentimentos!

    7 de março de 2021 at 16:56

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