Queda de apenas 2% é comemorada pelo setor depois de alta histórica de mais de 30% em 2020; vinhos finos foram destaque novamente, mas consumidor sentiu o encarecimento do produto com dólar muito alto e inflação de dois dígitos.
Por Raphael Martins, g1
Depois do ano de maior sucesso da história, a venda de vinhos no Brasil registrou uma leve queda de 2% em 2021. Foram 489,4 milhões de litros comercializados no período, segundo dados de Ideal Consulting fornecidos com exclusividade ao g1.
Produtores comemoram a notícia, pois as vendas seguem firmes acima dos patamares pré-pandemia – alta de 27,4% contra 2019. Como o g1 registrou no ano passado, o mercado nacional de vinhos teve expansão considerável desde a chegada do coronavírus ao país.
O fechamento de bares e restaurantes deu tração ao vinho como opção para os momentos de lazer em casa. Resultado disso é que, em 2020, as vendas de vinhos bateram recorde e acumularam alta de 31%, segundo os dados da Ideal. Ao todo, foram 501,1 milhões de litros comercializados naquele ano.
Além das vendas, o consumo de vinho no país também subiu 18% em 2020, de acordo com a medição da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Foram 430 milhões de litros, elevando a média per capita do brasileiro para 2,6 litros de vinho no ano. Os dados de 2021 ainda não foram consolidados.
Já em 2021, na medição da Ideal, o destaque absoluto fica com a venda de vinhos finos brasileiros, que sustentou crescimento e teve nova alta de 23% no ano passado. A notícia é excelente para os produtores, pois os finos são aqueles de maior qualidade, feitos com uvas próprias para a produção da bebida, as vitiviníferas.
Em dois anos, a participação dos vinhos finos brasileiros no mercado dobrou, para 8%. Mas ainda perde por muito para os importados (34%) e para os vinhos de mesa, de menor qualidade e que ocupam a maior fatia do mercado: 58%.
Deixe um comentário