03/05/1933: Carlota Queirós é a primeira deputada mulher eleita para a Constituinte Brasileira

No cenário político, parece que estamos ainda em 1934 | Exame

Carlota Pereira de Queiroz, primeira deputada brasileira, durante a Assembléia Nacional Constituinte de 1934, fotografia da exposição “História das Eleições no Brasil: A Memória da Democracia”, São Paulo. (SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA DE SAO PAULO/Reprodução)

Na Revolução Constitucionalista de 1932, ocorrida em São Paulo, organizou e liderou um grupo de 700 mulheres para garantir a assistência aos feridos. Assim, teve valiosa participação, lutando pelos ideais democráticos defendidos por São Paulo.

Membro da Associação Paulista de Medicina de São Paulo, “Association Française pour l’Étude du Cancer”, Academia Nacional de Medicina e Academia Nacional de Medicina de Buenos Aires. Fundou a Academia Brasileira de Mulheres Médicas, em 1950.

História

Carlota Pereira de Queirós nasceu em São Paulo, em 1892.

Em 1926, formou-se em medicina, ocasião em que recebeu o prêmio Miguel Couto pela sua tese. Chefe do laboratório de clínica pediátrica da Faculdade de Medicina de São Paulo em 1928, no ano seguinte viajou para a Suíça comissionada pelo governo para estudar dietética infantil.

Durante a Revolução Constitucionalista, movimento de contestação à Revolução de 1930, ocorrido em São Paulo em 1932, organizou, à frente de 700 mulheres, a assistência aos feridos. Em maio de 1933, foi a única mulher eleita deputada à Assembléia Nacional Constituinte, na legenda da Chapa Única por São Paulo. Na Constituinte, Carlota integrou a Comissão de Saúde e Educação, trabalhando pela alfabetização e assistência social. Foi de sua autoria o primeiro projeto sobre a criação de serviços sociais, bem como a emenda que viabilizou a criação da Casa do Jornaleiro e a criação do Laboratório de Biologia Infantil.

Após a promulgação da Constituinte em 17 de julho de 1934, teve o seu mandato prorrogado até maio de 1935. Ainda em 1934, ingressou no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Eleita pelo Partido Constitucionalista de São Paulo, no pleito de outubro de 1934, permaneceu na Câmara até 1937, quando foi instaurado o Estado Novo (1937-1945). Durante esse período lutou pela redemocratização do país.

Eleita membro da Academia Nacional de Medicina em 1942, fundou, oito anos depois, a Academia Brasileira de Mulheres Médicas, da qual foi presidente durante alguns anos. Apoiou o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart, em 1964.

Faleceu em São Paulo, em 1982.

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