UM POTIGUAR E UM CARIOCA DEFENDEM SEUS TÍTULOS NA MAIOR COMPETIÇÃO DE PÔQUER DO HEMISFÉRIO SUL

Madson Moura, o ‘Urea’, quer repetir a conquista do BSOP Millions de 2019, quando venceu o ‘Main Event’ e ganhou o prêmio de mais de R$ 1,2 milhão – Foto: divulgação

O BSOP Millions está de volta ao Golden Hall, área de eventos do WTC São Paulo, e dois campeões defendem seus títulos na maior competição de pôquer do Hemisfério Sul, que vai até o dia 5 de dezembro: o carioca Marcelo Mesqueu, atual campeão brasileiro do esporte da mente, busca o bicampeonato, e o potiguar Madson Moura, o ‘Urea’, quer repetir a conquista do BSOP Millions de 2019: ele venceu o ‘Main Event’ e ganhou o prêmio de mais de R$ 1,2 milhão.

Madson é um dos profissionais mais populares do jogo de habilidade e um exemplo de superação: analfabeto até os 22 anos, Madson aprendeu a ler e escrever para estudar o pôquer. E a dedicação ao esporte mudou a vida do potiguar natural de Umarizal, cidade do interior do Rio Grande do Norte, de 10 mil habitantes: ele soma quase US$ 330 mil em premiações ao vivo, segundo o HendonMob, site que tem a maior base de dados sobre torneios ao vivo.

“Estou novamente no maior torneio da América Latina em busca do bicampeonato do ‘Main Event’. Sei que não vai ser fácil, vou ter paciência, foco e fé”, afirmou. Em 2019, Madson disse que saiu de Mossoró, cidade na qual reside, e viajou para São Paulo apenas com a passagem de ida. Desta vez, ele veio patrocinado por uma casa de apostas esportivas e ajudou a bancar a vinda de Paulo José Rodrigues Silva, um jogador que se inspirou na trajetória do conterrâneo famoso.

“Satisfação por trazer uma pessoa que se inspirou na minha história. Ele veio só com o dinheiro da passagem.  Então, não vai faltar um canto para dormir e o que comer. Deus vai iluminar a vida do Paulinho. Que ele tenha paciência para ter um bom resultado como eu.”

Nos intervalos, Madson circulou pela arena de torneios e animou as rodinhas de conversas com sua espontaneidade. Ele ressaltou que a conquista do evento principal do BSOP Millions de 2019, que atraiu mais de 20 mil pessoas nos dez dias de evento, mudou a sua vida, mas não o seu jeito de ser: “Continuo morando em Mossoró. Lá é minha casa de apoio porque há dez anos ‘moro no mundo’. E sempre volto a Umarizal para rever os amigos. Ganhei uma fortuna, mas não deixei subir à cabeça. Continuo da mesma forma, humilde”.

Campeão recordista

O jogador a ser batido: é assim que o empresário carioca Marcelo Mesqueu é visto nas mesas do Golden Hall.  Ele se tornou campeão brasileiro do esporte da mente em 2019 com pontuação recorde: 4.444 pontos no ano. No ano anterior, Saulo Sabioni conquistou o Brasileirão do pôquer com 3.617 pontos. “No formato original, por muitos anos não será batido. Não sei agora, com a junção da primeira etapa de 2020 [em Brasília, na abertura da temporada interrompida por causa da pandemia], com esta etapa de 2021 e todo o ano de 2022.”

Além do título brasileiro, Marcelo Mesqueu tem uma conquista expressiva na meca do esporte da mente, Las Vegas: em 2013, ele venceu o ‘Premier Poker Invitational’, torneio realizado pelo grupo MGM no Hotel Aria apenas com jogadores convidados e ganhou o prêmio de US$ 510 mil. “Foi um torneio bem difícil, com vários profissionais mundiais, e Las Vegas é a Copa do Mundo [do pôquer].”

Com a experiência de participação em competições internacionais, Marcelo Mesqueu ressalta que os jogadores e os organizadores brasileiros estão no mesmo patamar da icônica cidade dos EUA. “Nós estamos muito avançados em relação ao esporte. Temos dealers e uma organização muito bons. Profissionais competentes e dedicados, que têm prazer no que fazem. Diferentemente do que acontece fora do Brasil. Em Las Vegas e Bahamas, por exemplo. Vejo os profissionais brasileiros como top do mundo.”

Marcelo Mesqueu veio a São Paulo motivado a fazer história novamente: “Vim com o objetivo de ser o primeiro bicampeão [consecutivo]. A meta é chegar no final da etapa entre os cinco primeiros colocados. Lógico, quero troféu, cravadas, porém meu principal objetivo é chegar entre os cinco primeiros. E ser lucrativo na etapa”.

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