CONHEÇA A ORIGEM DA FAMÍLIA FERREIRA DE SOUZA

Tudo começou com Ezequiel Mergelino de Souza, o Coronel Ezequiel. Nascido na cidade de Araruna (PB), em 10 de abril de 1866, era filho de Antônio Justino de Souza e Joana Francisca do Sacramento e Souza. Veio para Santa Cruz (RN) ainda pequeno, vindo morar na Fazenda Bom Jardim, a poucos quilômetros do nascente povoado de Santa Rita da Cachoeira, hoje Santa Cruz (RN).

Estudou as primeiras letras em escola particular, pois naquele tempo não havia ensino público regular e onde havia era muito deficiente. Dotado de inteligência privilegiada, em pouco tempo aprendeu a ler, escrever e a contar.

Fazenda São Miguel, que foi do Cel Ezequiel – Acervo de Família

Desde muito moço, revelou tendência para o comércio e a criação de gado. Veio a ser o maior comerciante de Santa Cruz (RN), notadamente como comprador de algodão. Como criador, chegou a ser um dos maiores fazendeiros do seu tempo, chegando a possuir quase uma dezena de fazendas nas ribeiras do Trairi e Potengi. Foi em sua fazenda Santa Rosa, em São Tomé (RN), no começo da década de 1930, que morreu em uma vaquejada o seu vaqueiro João Bagaço.

Casou-se em 13 de junho de 1894 com Dona Amália Adélia Ferreira da Silva, filha do rico senhor de engenho Felipe Ferreira da Silva e Dona Joana Ferreira da Silva. O casal teve 14 filhos, dos quais 10 chegaram à idade adulta, a saber: o primogênito Antônio Ferreira de Souza, agropecuarista, José Ferreira de Souza, advogado, professor e reitor da Universidade do Brasil e, ainda, deputado estadual, federal e senador; Gentil Ferreira de Souza, engenheiro civil, por três vezes prefeito de Natal; João Ferreira de Souza, comerciante; Ana Adélia Ferreira de Souza; Odorico Ferreira de Souza, engenheiro agrônomo, deputado estadual e pai do ex-deputado estadual, federal e governador Iberê Paiva Ferreira de Souza; Lourival Ferreira de Souza, engenheiro agrônomo; Otacílio Ferreira de Souza, igualmente engenheiro agrônomo, fixou residência em Campinas (SP); Maria Anita Ferreira de Souza Moura, viúva do comerciante Felizardo Moura, que morreu como vereador da Câmara Municipal de Natal.

Casarão do Corenel Ezequiel em Santa Cruz -Acervo de Família.

Ingressando na política, tornou-se um chefe político de grande prestígio na região do Trairi. Exerceu vários cargos públicos: Procurador da Câmara Municipal (1889) e Secretário (1892), Intendente (1896 a 1898), presidente da Intendência Municipal (1911 a 1913 e 1920 a 1922) e prefeito de Santa Cruz (1929 a 1931), sendo destituído pela Revolução de 1930. Foi deputado do Congresso Constituinte de 1915 e Deputado Estadual por duas legislaturas (1910 a 1912 e 1918 a 1920).

Como homem do campo era profundo conhecedor da vida pastoril, sendo muito organizado. Tinha uma perfeita escrituração da administração das suas fazendas. Seu contador, que naquela época era conhecido por guarda-livros, era o poeta das jangadas, Luís Patriota. Era um homem que sabia do que possuía, no dizer do sertanejo.

O Coronel não foi somente comerciante comprador de algodão. Contam os mais velhos que ele gostava de dizer: “Menino, o melhor negócio do mundo é gado”. Realmente, foi um grande comprador de gado na região do Trairi e Potengi.

Csasarão da família, na esquina da Rua Potengi com a Av. Prudente de Morais – Acervo de Família.

Conforme o escritor José Fernandes Bezerra em “Retalhos do meu sertão”, o velho patriarca de Santa Cruz era um homem que se trajava com elegância. Habitualmente, andava de suspensório, colete e gravata. No bolso esquerdo do colete, usava um relógio preso a uma corrente de ouro. Tinha por hábito usar chapéu e sapatos de cor preta. Fazia a barba diariamente e usava um bigode muito bem cuidado. Há um detalhe interessante: mesmo viajando a cavalo para visitar uma de suas fazendas, não dispensava o seu vestuário habitual.

Foi no seu governo que foi iniciada a construção, sob a direção do engenheiro civil Dr. Gentil Ferreira de Souza, do mercado público municipal.

Ezequiel Mergelino de Souza pertenceu à gloriosa geração de políticos santacruzenses. Faleceu em Natal a 12 de abril de 1953 e foi sepultado em Santa Cruz.

Grande parte destes dados biográficos está contida no livro “Retalhos do meu sertão”, do escritor José Fernandes Bezerra. Outras informações foram colhidas do Monsenhor Severino Bezerra: “Memória Histórica de Santa Cruz” e do mestre Câmara Cascudo.

 

Fontes: Djahy Ferreira Lima e Gustavo Ferreira de Souza.

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Comentários (8)

  • Ivone Ferreira de Souza Responder

    Também sendo da família Ferreira de Souza, sou filha de José Ferreira de Souza, e gostaria de encontrar os familiares de meu pai para conseguir ao menos uma fotografia dele.
    ele se foi em 2003 com 61 anos…

    2 de março de 2024 at 17:56
  • Francisca Ferreira Antunes Da Silva Responder

    Lindas histórias. Também estou tentando encontrar informações da minhas origens. TAMBÉM PERTENÇO A UMA FAMÍLIA DESSA REGIÃO.

    1 de julho de 2023 at 14:56
  • Antônio Ferreira de Souza Responder

    Me chamo Antonio Ferreira de Souza, filho de Sebastião Alves Ferreira R Luzi Ferreira de Souza. Meus avós paternos Francisco Alves Colares e Benvinda Ferreira Lima e maternos Pedro Ferreira Lima e Raimunda Ferreira de Souza, eram filhos de cearenses, como s maioria da população antiga de nossa cidade. Alias, devemos nossa existência enquanto munícipes, a descoberta de nosso torrão por um abnegado cerares de Uruburetama, João Gabriel de Carvalho e Mello

    4 de junho de 2023 at 14:51
  • Antonio Ferreira de Souza Responder

    meu pai nasceu em: 1940
    Filho de: Sebastião Ferreira de Souza
    mãe: Maria luzia da Conceição

    8 de março de 2023 at 12:48
    • Redação Responder

      Então você é um Ferreira de Souza! Gente boa.

      9 de março de 2023 at 10:35
  • Anônimo Responder

    estou procurando minha árvore ginecológica. meu pai é de 1.930 Filho de Enrique Ferreira de Sousa e Gertrude ferreira santos

    2 de março de 2023 at 22:56
    • Tiago Responder

      e n conheço bem meus antepassados mais meu sobrenome e ferreira de Souza quem sabe também fasso parte dessa histórica família

      20 de março de 2023 at 12:29
  • Cristina Bernardo Responder

    Uma linda história de uma família histórica. Os Ferreira de Souza. Grandes nomes que fizeram parte da história. Parabéns Gugu. ???

    5 de fevereiro de 2022 at 21:19

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