Deputado dos EUA sugere mudar órbita da Lua para combater aquecimento

A Lua passa em frente à Terra na visão da câmera da nave DSCOVR, a 1,6 milhão de quilômetros do nosso planeta: para Gohmert, é mais fácil mexer na mecânica celeste do que mudar a participação humana no aquecimento global. Crédito: Nasa/Noaa

Para o republicano Louie Gohmert, do Texas, é mais fácil alterar a órbita lunar do que tomar providências na própria Terra.

Parece piada, mas é verdade. Durante uma audiência na Câmara dos Representantes dos EUA com membros do Serviço Florestal norte-americano, o deputado republicano Louie Gohmert caprichou e apresentou a seguinte proposta para enfrentar a mudança do clima: mudar a órbita da Lua.

Eis, na íntegra, a tradução da fala de Gohmert: “Fui informado por um ex-diretor da Nasa que eles descobriram que a órbita da Lua está mudando ligeiramente, assim como a órbita da Terra em torno do Sol. Sabemos que houve uma atividade significativa de erupção solar. E, então, há algo que o Serviço Florestal Nacional ou o Escritório de Gestão do Solo possa fazer para mudar o curso da órbita da Lua ou da órbita da Terra em torno do Sol? Isso certamente teria efeitos profundos em nosso clima”.

Com paciência de Jó, a CNN fez uma avaliação sobre a proposta Gohmert. Ao sugerir um efeito da Lua sobre o clima terrestre, Gohmert usou parte da argumentação negacionista, aquela que defende a mudança climática como um fenômeno natural, causado pelas atividades solares e sem motivação humana. Além disso, mudar a órbita da Lua ou da Terra não é a mesma coisa que estacionar um carro: estamos falando de processos astrofísicos extremamente complexos e, ao menos nos termos propostos pelo deputado, inviáveis para interferência humana.

Mais um dos absurdos de políticos sem a menor condição de exercer cargos de tamanha importância. Vira piada e é motivo de gozação mundo afora.

GuardianNBC News e Rolling Stone repercutiram a maluquice. Aqui no Brasil, o Extra abordou o assunto.

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Comentário (1)

  • zezito Responder

    E eu que pensei que só os nossos políticos eram ridículos.

    23 de junho de 2021 at 13:37

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