Sines, no litoral sul do país, promove conferência para ampliar investimentos em infraestrutura digital e concentrar na região a implementação da Estratégia Europeia de Dados, que visa garantir a competitividade global e a soberania da União Europeia
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Sines (Portugal), janeiro de 2022 – Sete meses depois de a EllaLink inaugurar em Sines, no litoral sul de Portugal, sua Cable Landing Station (CLS), a estação de ancoragem do lado europeu de seu cabo submarino de fibra óptica – o primeiro de alta capacidade a conectar diretamente a Europa e a América Latina, sendo que a CLS do lado brasileiro começou a operar em Fortaleza (CE) –, a cidade portuguesa sediou hoje uma conferência com participação de várias empresas de infraestrutura digital para discutir investimentos futuros e o potencial geoestratégico da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), que concentra o hub tecnológico recém-criado na região.
O evento de hoje, “Encontros na ZILS: Sines Tech, EU-Atlantic Data Gateway Platform”, serviu para impulsionar a implementação da Estratégia Europeia de Dados, que visa garantir a competitividade global e a soberania da Europa – iniciativa que inclui a criação de uma Plataforma de Porta de Entrada de Dados UE-Atlântico. A programação foi dividida em duas partes. Na primeira, foi realizada uma mesa-redonda sobre “Regulação e Licenciamentos Nacionais”, mais voltada para empresas interessadas em atuar na região, para debater procedimentos e burocracias para projetos em Sines.
À tarde, o painel “Estações de Cabos Submarinos e Centros de Dados em Sines” contou com a participação do CEO da EllaLink, Philippe Dumont, e de representantes de empresas de infraestrutura digital que estão transformando Sines num dos maiores ecossistemas desse segmento na Europa: Start Campus, IP Telecom, CAP DC, Medusa e ASN. Todos os executivos destacaram como pretendem aproveitar a estrutura que está sendo criada na cidade portuguesa para alavancar novos negócios e a tendência do mercado nos próximos anos. A criação de uma Plataforma de Porta de Entrada de Dados UE-Atlântico em Sines foi vista como uma forma de assegurar uma importância estratégica da cidade portuguesa para a política digital da União Europeia.
Dumont, da EllaLink, destacou que o cabo submarino de fibra óptica entre Fortaleza e Sines vai além da conexão direta entre América Latina e Europa. “Desde a entrada em operação do cabo, em junho, acrescentamos a Ilha da Madeira e Cabo Verde à rede e estamos trabalhando para, num futuro próximo, incluir um ramal africano que vai beneficiar outras cidades”, disse. “Para esses países, o cabo EllaLink é de suma importância para conectar esses países ao resto do mundo”, acrescentou.
Os investimentos na cidade portuguesa devem ultrapassar 4 bilhões de euros nos próximos anos. A construção do cabo EllaLink – que se estende por 6 mil km no fundo do Oceano Atlântico, abrindo uma rota alternativa de conexão de baixa latência entre os dois continentes, que antes precisava passar pela América do Norte –, marcou o início da transformação em Sines. Além de abrigar a CSL da EllaLink, um investimento privado de transporte de dados que totalizou 150 milhões de euros, Sines também vai instalar o maior centro de armazenamento de dados alimentado por energias renováveis da Europa, o START Campus, um investimento de 3,5 bilhões de euros que consiste na construção de uma mega datacenter que deverá empregar 1.200 pessoas.
Para atrair novas empresas digitais para a região foi criado no mês passado a Comunidade Sines Tech – Innovation & Data Center Hub, uma estrutura que envolve entidades públicas e privadas para a criação de um cluster de tecnologias de informação e comunicação que inclui rede elétrica de alta tensão; energias renováveis; reservatórios de água (para arrefecimento); conectividade do porto de águas profundas (para a amarração de cabos de dados vindos de qualquer parte do mundo); vias de comunicação, localização geográfica e segurança. O Sines Tech almeja a criação de um ecossistema digital aberto, onde dados possam ser disponibilizados e partilhados de forma segura, respeitando a regulação europeia.
Questionado como vislumbra o polo tecnológico de Sines daqui a dez anos, Dumont disse que a tendência é ver replicada em Portugal a mesma concentração de empresas de tecnologia existentes hoje na costa leste dos Estados Unidos, que abriga aproximadamente 100 centros de dados. “Sines deve atrair outros investimentos em cabos de fibra óptica e datacenters voltados para o mercado europeu”, afirmou.
SOBRE A ELLALINK:
EllaLink é uma plataforma óptica avançada que oferece conectividade segura de alta capacidade em uma rota transatlântica de baixa latência exclusiva. A rede conecta diretamente os principais hubs do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza) e da Europa (Lisboa, Madri e Marselha). A arquitetura do sistema EllaLink engloba tecnologia de última geração e oferece inicialmente 100 Tbps de capacidade em quatro pares de fibras diretas entre a Europa e o Brasil. Os locais de desembarque da plataforma são Fortaleza (Brasil) e Sines (Portugal). A EllaLink é uma empresa privada e independente, comprometida em fornecer produtos e serviços em uma operadora neutra e de acesso aberto.
Para mais informações, visite: https://ella.link/
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