Hemofilia: Cuidados odontológicos (Simone Norat Campos – Dentista Casa Durval Paiva)

A hemofilia é uma doença hereditária, que se caracteriza por desordem de coagulação (fator VIII -hemofilia A e fator IX – hemofilia B) do sangue, é a coagulopatia mais comum e tem predominância em pacientes do sexo masculino. É uma doença crônica, ou seja, que não tem cura. É importante que o cirurgião dentista, através de uma boa anamnese, esteja atento para qualquer alteração na saúde de todos os seus pacientes.

A odontologia vem buscando dar aos seus atendimentos uma visão de tratamento mais ampla do paciente. Cuidando de indivíduos que tenham repercussão na região oral, não restrita aos dentes. O acompanhamento odontológico ocorre cada vez mais precocemente, como no caso da odontopediatria, com prevenção e orientações educativas, a partir do desenvolvimento pré-natal.

O odontopediatra, no atendimento a bebês, crianças e adolescentes, tem um papel muito importante numa equipe de saúde, no que se refere a uma investigação, durante o exame clínico, para um correto diagnóstico e plano de tratamento, alertando para possíveis sinais característicos de sangramento em cavidade bucal. É importante que o dentista tenha conhecimento dos distúrbios de coagulação e saiba das possibilidades de atendimento odontológico.

Os pacientes hemofílicos precisam de um atendimento odontológico especializado, pois a coagulação é mais demorada, provocando hemorragias frequentes. O atendimento ao hemofílico pode ser feito da prevenção até a extração dentária, porém, nas extrações, é exigido que o dentista entre em contato com o hematologista, para que o paciente tome o fator de coagulação VIII ou IX, antes do procedimento, para que tenha um nível de coagulação normal.

Deve–se evitar a anestesia troncular (anestesia aplicada na região retromolar da mandíbula), devido ao risco de formar hematomas e sangramento, ou na área ao redor da faringe, que pode levar a obstrução das vias aéreas superiores, podendo levar até a morte do paciente, devido à alta vascularização dessa área.

É importante salientar que uma boca sadia, com gengivas saudáveis e dentes limpos não sangra espontaneamente, nem mesmo nos pacientes com distúrbio da coagulação. Sangramentos espontâneos na gengiva dão-se pela presença de restos alimentares, causados pela má escovação, o paciente, com medo que o sangramento aumente, deixa de escovar, causando mais inflamação na gengiva. Por isso, a importância de uma higiene bucal adequada e da prevenção com flúor, no dentista, evitando, também, o aparecimento da cárie dentária.

A higiene bucal deve ser mantida mesmo na presença de sangramentos gengivais. Esses sangramentos denunciam a necessidade de melhorias da própria higiene oral e, principalmente, a necessidade de visita a um dentista.

Restaurações, tratamento endodôntico (canal), ortodontia (aparelho dentário) e raspagem de tártaro podem ser realizados, adequados a cada caso. As medidas de higiene oral, como escovação e uso de fio dental, devem sempre ser reforçados e estimulados, constantemente, aos pacientes, de acordo com as devidas faixas etárias.

Na Casa Durval Paiva, são atendidos pacientes, tanto crianças como adolescentes, com distúrbios da coagulação, como os hemofílicos. Estes, recebem tratamento odontológico preventivo, educativo e curativo. É importante ressaltar que o dentista não deve ter receio em atender o paciente hemofílico, desde que esteja bem orientado quanto aos cuidados, e o médico hematologista deve ser consultado, sempre que necessário.

Simone Norat Campos – Dentista Casa Durval Paiva – CRO/RN 1784
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