Lembre-se: esquecer pode ser um sinal de memória saudável

Imagem: catholicus.org.br

O ato de esquecer está presente no dia a dia de pessoas no mundo inteiro, porém, ao contrário do que muitos pensam, nem sempre “esquecer” é sinal de uma falha cognitiva ou de um problema de saúde.

Um estudo realizado na Universidade de Toronto (Canadá) concluiu que, na verdade, ser esquecido pode ser uma evidência de inteligência e que a boa memória é algo sobrevalorizado.

De acordo com o estudo canadense, é importante que o cérebro se esqueça de detalhes irrelevantes e se concentre em coisas que nos ajudarão a tomar decisões na vida real, sendo a memória uma ferramenta essencial para otimizar a tomada de decisões.

A região do cérebro da tomada de decisões, o lobo frontal, é a mesma relacionada em testes de QI. Não podemos esquecer que o nosso cérebro é feito para nos prevenir, para a nossa sobrevivência, logo, opta por memórias mais importantes assim como pela economia de energia.

Por isso, concordo que o esquecimento pode ser considerado um benefício, e não um obstáculo. A memória foi feita para “esquecer”. Não seria possível armazenar e reter tudo.

Afinal, formatamos a memória como um todo, por exemplo, não codificamos a letra e sim o contexto da frase ou da palavra. Podemos pensar na letra, mas quando lemos este texto, por exemplo, o formatamos em um todo.

Nem tudo é positivo

É necessário ressaltar que o estudo canadense também afirma que esquecer de coisas importantes com frequência pode ser um problema, e não tem relação com a inteligência.

Temos sempre que montar um “quebra-cabeça de ideias” não generalizando o esquecimento como um fator bom sem analisar os pormenores.

Afinal, o esquecimento pode ser um distúrbio, assim como pode ser o princípio de uma doença neurodegenerativa. Tem que saber identificar o esquecimento em si, como ele acontece e sua relação.

Um alto QI tem relação com conexões mais eficientes, sinapses mais potentes e duradouras, que são as comunicações entre neurônios e codificação de memória nas células de engrama, ou seja, uma pessoa inteligente quando quer aprender algo, tem maior facilidade de aprender, pois tem foco e maior facilidade de memorizar, utilizando bem o processo necessário para uma melhor memorização, com conexões mais eficientes.

Portanto, o cérebro funciona mais rápido, com muitas informações a todo instante, por isso tende a esquecer mais também. Porém, no fim, por mais que esqueça muito, a quantidade de informações é maior.

Fonte:

Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neurociência pela Logos University International/City University. É também mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; pós-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neurociência, Neurociência Aplicada à Aprendizagem, Neurociência em Comportamento, Neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil. Conta com especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The Electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA). É bacharel em Neurociência e Psicologia pela Emil Brunner World University (EBWU) e licenciado em Biologia e História pela Faveni do Brasil; tecnólogo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializações em Inteligência Artificial na IBM e Programação em Python na Universidade de São Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontifícia Universidade Católica (PUC).

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