PENSE! Grupo De Pesquisa Da UFRN Colabora Com O Maior Observatório De Raios Gama Terrestre No Mundo

Parte de um grande projeto multinacional, o Cherenkov Telescope Array (CTA) será uma importante ferramenta científica para o estudo do nosso Universo, em especial na busca por uma resposta definitiva para o mistério da matéria escura (ME). Essa nova geração de telescópios está em estágio de desenvolvimento e conta com a colaboração de pesquisadores do Instituto Internacional de Física da UFRN (IIP-UFRN).

A integrante do grupo de Física de Partículas e Astropartículas do IIP,  Dra. Clarissa Siqueira, é uma das cientistas do Instituto que está realizando contribuições junto à comunidade científica internacional para o desenvolvimento do equipamento. Ela explica que o CTA será capaz de sondar uma região ainda inexplorada do espaço, especialmente para a pesquisa sobre matéria escura pesada, com massa na escala de TeV.

Segundo a cientista, este será o maior observatório de raios gama terrestre no mundo, com mais de 100 telescópios situados nos dois hemisférios.

Matéria escura ainda é mistério

Matéria escura é um dos grandes mistérios da física moderna. Ela compõe mais de 90% de toda a matéria de nosso Universo, atuando sobre a gravidade e na forma com que a matéria visível se move pelo espaço. Apesar disso, ninguém sabe ao certo o que constitui a ME ou como ela age exatamente sobre o restante da matéria. Compreender corretamente o que a compõe a ME poderá ajudar os cientistas a ter uma ideia mais clara sobre o funcionamento do Universo.

Especialistas têm algumas ideias sobre como detectar onde está a matéria escura no espaço, sendo a utilização de raios gama uma das mais prováveis, e é neste ponto em que o CTA se torna importante, uma vez que ele será o conjunto de telescópios terrestres mais potente para a detecção de raios gama.

Os pesquisadores do IIP-UFRN integram a equipe de cientistas de mais de 150 instituições de pesquisa de todo o mundo e que desenvolveu um trabalho sobre as aplicações do CTA, submetido à comunidade científica internacional.

“Fazemos parte do grupo de matéria escura da colaboração que, juntamente com especialistas de diversas universidades de renome, investiga a capacidade de observar um sinal de matéria escura em fótons em objetos astrofísicos. Nossa participação no CTA surgiu a partir da colaboração com o professor Vitor de Souza do Instituto de Física da USP/São Carlos, um dos membros coordenadores do CTA. Nós trabalhamos em projetos nos últimos anos envolvendo detecção indireta e utilizamos as projeções do CTA para impor limites sobre modelos em física de partículas, assim recebemos o convite do professor Vitor para fazer parte da colaboração.”, explica a Dra. Clarissa Siqueira sobre a contribuição do IIP-UFRN.

A física do IIP-UFRN explica que “em cinco anos de observação o CTA terá uma sensibilidade 10 vezes maior que a de experimentos atuais, podendo inclusive revelar a natureza da ME”. O projeto do CTA deverá ser completado até o final desta década e está sendo desenhado para se manter em atividades por pelo menos 30 anos.

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *