6 nordestinas que fizeram história; confira

1 – Celina Guimarães Viana

Antes de 1932, algumas mulheres já haviam exercido o direito de votar no país. A primeira delas foi a professora potiguar Celina Guimarães Viana, a nossa CELINA, que se alistou e votou em abril de 1928, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Naquele ano, o Poder Judiciário local permitiu que mulheres se alistassem para votar em uma eleição complementar para o Senado. Celina e outras 20 mulheres se inscreveram. Ela foi a primeira a conseguir esse direito. O Senado acabou invalidando os votos daquela eleição por não aceitar o voto feminino. Mas Celina e as outras mulheres ficaram conhecidas pelo pioneirismo.

A professora Celina Guimarães Viana foi a primeira mulher a votar no Brasil, em 1928, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Depois da conquista, a professora de Mossoró chegou a enviar um telegrama ao Senado Federal, com um apelo para que todas as suas compatriotas obtivessem o mesmo direito.

2 – Irmã Dulce

Nasceu no estado da Bahia e recebeu o título de Santa Dulce dos Pobres, sendo a primeira santa brasileira com milagres reconhecidos canonizada pelo Vaticano. Seu trabalho com a população vulnerável da Bahia é único. De receber os mais humildes para higiene, alimentação e cuidados com a saúde até a construção de um hospital que vive de doações. Fez um trabalho extraordinário que até hoje sobrevive graças ao esforço de parentes e seguidores.

3 – Zabé da Loca

Isabel Marques da Silva, mais conhecida como Zabé da Loca, foi uma compositora e instrumentista de pífano, uma flauta transversal típica do Nordeste. Nascida em Pernambuco em 1924, ela aprendeu a tocar o instrumento com seu irmão e se apresentava em festas e feiras.

Por causa da seca e da pobreza, ela se mudou para a Paraíba e passou a morar em uma caverna, onde ficou conhecida como Zabé da Loca. Em 2003, aos 79 anos, ela foi redescoberta pelo programa Biblioteca Rural Arca das Letras e gravou seu primeiro CD, com composições próprias e uma versão de Asa Branca, de Luiz Gonzaga. Em 2008, ela recebeu a Ordem do Mérito Cultural e foi eleita a Revelação da Música Brasileira.

4. Nise da Silveira

Nise da Silveira foi uma médica psiquiatra e pioneira da terapia ocupacional no Brasil. Nascida em Alagoas em 1905, ela se formou em medicina em 1926, sendo a única mulher em uma turma de 157 homens. Ela trabalhou no Hospital Nacional dos Alienados, no Rio de Janeiro, onde se opôs aos tratamentos violentos da época, como o eletrochoque e a lobotomia.

Ela criou o Centro Psiquiátrico Pedro II, onde desenvolveu um método terapêutico baseado na arte e na convivência com animais. Ela também fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, onde reuniu mais de 350 mil obras produzidas por seus pacientes. Ela foi amiga de personalidades como Carl Jung, Clarice Lispector e Cândido Portinari.

5 – Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz foi uma escritora, jornalista e tradutora, considerada uma das maiores representantes do romance regionalista nordestino. Nascida no Ceará em 1910, ela publicou seu primeiro livro, O Quinze, em 1930, aos 20 anos.

O romance retrata a seca de 1915 e a migração dos retirantes para o litoral. Ela também escreveu outras obras importantes, como João Miguel, Dora Doralina e Memorial de Maria Moura. Ela foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977, e a primeira mulher a receber o Prêmio Camões, em 1993. Ela também atuou como cronista, roteirista e militante política.

6 – Lia de Itamaracá

Lia de Itamaracá é uma artista popular que se destaca pela sua contribuição para a divulgação da ciranda, uma manifestação cultural típica do nordeste brasileiro. Ela nasceu e vive na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, e começou a participar de rodas de ciranda desde criança. Ela ficou famosa nos anos 1960, quando a cantora Teca Calazans incorporou versos cantados por ela em uma música que dizia: “Esta ciranda quem me deu foi Lia, que mora na Ilha de Itamaracá”.

Lia gravou seu primeiro disco em 1977, chamado A rainha da ciranda, e desde então lançou outros álbuns que misturam tradição e inovação. Ela também participou de diversos festivais e eventos no Brasil e no exterior, levando sua música e sua dança para diferentes públicos.

Ela recebeu vários prêmios e homenagens, como o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, a Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura e o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco. Ela também atuou em filmes como Recife Frio e Bacurau, ambos dirigidos por Kleber Mendonça Filho.

 

Com a Ag. NE9 e tre-go.jus.br

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Comentário (1)

  • Manoel Cavalcanti Neto Responder

    Quantas outras, mulheres que, em uma série de lutas e reivindicações, conquistaram melhores condições de trabalho, direitos sociais e políticos entre os séculos XIX e XX. sempre vítimas do desprezo e do preconceito, inúmeras histórias de mulheres talentosas e competentes são condenadas ao esquecimento apenas por serem mulheres e, consequentemente consideradas inferiores pela intelectualidade elitista e machista.
    Como María Quitéria, Nísia Floresta, Clara Camarão, Auta de Souza, Dona Militana Ademilde Fonseca, Aneyde Beriz, Maria Firmina dos Reis, Amélia Bevilaqua, Nise da Silveira, Eufrozina Amélia “Zizinha” Guimarães etc.etc. etc.

    11 de outubro de 2023 at 11:53

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