A Árvore é de Natal! (Minervino Wanderley)

Foto: Cris Galvão

A sensação de alegria que caracterizava o período natalino na nossa cidade – que por ironia tem o nome de Natal – vinha decaindo ano após ano. O fim do comércio de rua em muito contribuiu para que não mais tivéssemos as ruas iluminadas e as lojas abertas durante a noite.

Não existiam mais os enormes presépios. Aquele adorável rebuliço das pessoas nas calçadas deu lugar a um vazio sem fim. Que tristeza. Já estávamos nos acostumando a esse descaso com uma data que, para nós, é tão significativa por dois motivos: o nascimento de Jesus e a fundação da cidade.

Mas, como tudo passa, o Dia de Natal de 2010 foi especial para os natalenses. Junto às comemorações voltadas ao nascimento de Jesus, a cidade também estava em festa pelo seu aniversário. Completou seus 411 anos de idade e se divertiu como uma autêntica criança. Tivemos de shows de artistas de renome nacional – e até internacional -, apresentações culturais e muita, muita diversão por toda a cidade.

Porém, nada marcou mais essa época do que a Árvore de Mirassol. Bela, alta, imponente, iluminou os céus e os corações de quem a via. Ela deu a Natal uma espécie de símbolo que a cidade ainda não tinha.

Também pudera! Por suas dimensões, pôde ser vista de qualquer lugar e, tal qual um farol, auxiliou aos que lá queriam chegar. Assim como uma certa estrela que, em um dia 25 de dezembro, serviu de guia aos Reis Magos.

Ao seu redor, tinha de tudo um pouco. Crianças com a alegria nos rostos, músicas, o colorido das luzes, um vasto cardápio gastronômico, além de um primor de organização, limpeza e segurança, como uma festa de Natal pede e merece. Era ótimo acordar e saber que tínhamos uma Árvore a iluminar as até então escuras noites de Natal.

Porém, para nossa tristeza, num nefasto dia, as luzes da Árvore de Mirassol foram apagadas. Silenciosamente solidária, a cidade também ficou às escuras. Apagaram-se os sorrisos e tudo virou uma grande penumbra. Parece que tínhamos vivido um sonho de luzes e despertamos à meia-luz.

Era visível, na expressão dos natalenses, uma certa nostalgia: “Era tão bom saber que Árvore estava lá distribuindo vida através das suas luzes. Vamos esperar um ano inteiro para que o interruptor da nossa alegria seja ligado?”.

É triste essa rotina. Mas calma que tudo tem um jeito. Basta termos um prefeito com a sensibilidade aguçada, para perceber, rapidamente, que a cidade do Natal merece ser celebrada não somente no dia do seu aniversário. Tampouco numa semana, nem mesmo um mês, mas um ano inteiro.

Assim, tomara que as luzes da Árvore de Mirassol permaneçam ligadas todos os dias, e que o natalense possa dizer, com todo orgulho, que, aqui, todo dia é Dia de Natal!

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *