CINEMA: “ZONA MORTAL”- CRÍTICA DE NEWTON RAMALHO

Não chegue perto

 Sempre que pensamos em filmes de ficção-científica, nos vem à mente produções caríssimas repletas de efeitos especiais computadorizados, com histórias complexas e personagens sofisticados. Por isso, é uma agradável surpresa encontrar filmes como “Zona Mortal” (“Radius”, CAN, 2017), uma interessante produção canadense onde a criatividade foi o recurso mais utilizado.

Um homem (Diego Klattenhoff) acorda na beira de uma estrada sem saber onde está. Uma caminhonete capotada indica que houve um acidente, e ele provavelmente estava implicado, embora não lembrasse como ocorrera. Quando um carro passa na estrada, ele tem um duplo choque: a mulher que conduzia o carro havia morrido, com os olhos esbranquiçados e ele só descobre o próprio nome ao consultar os documentos.

Liam – era esse o seu nome – não consegue entender o que se passa ao seu redor. Enquanto caminha, animais caem mortos, sempre com os olhos esbranquiçados. Ao chegar em um restaurante, a mesma coisa, todos estão mortos da mesma maneira.

DIVULGAÇÃO

O homem volta para casa e chega à conclusão que ele é a causa da morte de qualquer ser vivo que chega a menos de quinze metros dele. Ele se esconde em casa enquanto tenta entender o que está acontecendo até que recebe a visita de uma mulher (Charlotte Sullivan).

Para sua surpresa, não apenas ela sobrevive á sua proximidade, como também o efeito mortífero é anulado. Jane – é assim que ela se apresenta – diz que estava em um hospital, que havia acordado como ele, sem memória alguma, e que tinha sido recolhida perto da caminhonete capotada. Para tentar descobrir alguma coisa, ela o havia procurado.

DIVULGAÇÃO

Liam e Jane unem-se para descobrir o que é esse efeito mortífero e como livrar-se dele. Mas, a polícia começa a procurar por Liam apontando-o como o responsável pelas mortes, o que coloca os dois numa rota de fuga desesperada.

Jane descobre seu verdadeiro nome, que é casada e que seu marido busca desesperadamente por ela. O encontro é cercado de desconfiança, principalmente pela necessidade de Liam ter que ficar próximo dela.

A única explicação que encontram para a estranha situação que vivem é a de que uma anomalia cósmica desconhecida atingiu a Terra no local exato onde aconteceu o acidente deles.

Aos poucos alguns fragmentos de memória voltam, tanto para Liam quanto para Jane. A verdade que vai sendo revelada será mais terrível do que qualquer coisa que os dois pudessem ter imaginado.

DIVULGAÇÃO

“Zona Mortal” é um filme independente de baixo orçamento, escrito e dirigido por Caroline Labrèche e Steeve Léonard. A ausência de locações sofisticadas e efeitos especiais foi compensada por uma história criativa, elenco reduzido um roteiro enxuto. O filme foi rodado na província de Manitoba, na região central do Canadá.

A ideia inicial veio de duas fontes bem diferentes. Uma foi do filme coreano “Oldboy” (“Oldeuboi”, COR, 2003), onde os dois personagens principais têm uma estranha e desconhecida conexão. A outra vem de uma antiga história do Superman, que ficava impedido de salvar as pessoas pois elas morreriam se tivessem contato com ele.

É possível que os apreciadores do cine-pipoca não gostem muito de uma explicação maior da história, principalmente sobre o que causou o fenômeno. Este filme pode ser classificado como ficção-científica, mas também como suspense, policial e até horror, embora a forma criativa como as pessoas morrem não choque muito, já que não há sangue ou violência.

Embora não tenha passado pelos nossos cinemas, “Zona Mortal” está disponível no serviço de streaming Amazon Prime Video.

Visite: www.colunaclaquete.com.br

Newton Ramalho – colunaclaquete@gmail.com

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *