Com patrocínio da Prefeitura e Unimed via Lei Djalma Maranhão, o prédio representa a primeira obra de restauro subsidiada por lei de cultura.
Símbolo de resistência de um passado histórico que desafia o tempo e a engenharia, o imponente prédio de “A Samaritana”, na rua Dr. Barata, Ribeira, está em vias de se tornar o “marco zero de um novo olhar sobre a Ribeira”.
As palavras são do empresário Roberto Serquiz, com o entusiasmo de assumir o desafio de restaurar o imóvel que pertenceu a seu avô, mas que se encontrava há anos interditado pela Defesa Civil sob o risco de desabar.
A princípio, pensou em construir um Museu da Água por conta do histórico de sua empresa, a da água mineral Santa Maria. Com o avanço dos trâmites e a confirmação dos recursos, as possibilidades foram ampliadas.
Em entrevista ao Típico Local, o empresário adiantou que o espaço se chamará “Casa de Cultura A Samaritana” e contará com um café na entrada, área de eventos culturais e um Rooftop (telhado), com espaço para contemplação do pôr-do-sol do Potengi.
Para o início da obra, a equipe aguarda apenas uma licença da Semurb. A previsão de início da obra é junho.
Outra novidade é que parte do dinheiro para o restauro virá por meio do Programa Djalma Maranhão da prefeitura de Natal, com patrocínio da Unimed. Trata-se da primeira restauração arquitetônica subsidiada por uma lei de cultura.
Roberto conta que foram três longos anos de processo, entre a decisão de recuperar , o diagnóstico e o trabalho emergencial de proteção do prédio.
Depois a busca por informações, o projeto de restauro, que está sob a coordenação da arquiteta e urbanista Illana Paula Revoredo, a liberação das licenças e nesse meio um entrave jurídico que exigiu a abertura do inventário.
“Foi um processo moroso que finalmente saiu do papel. Com as licenças, a segurança jurídica e os recursos garantidos, agora a partir de junho o sonho começa a ser desenhado”, contou.
Durante o elaboração do projeto, a equipe descobriu mais um fato novo sobre o prédio: “O primeiro jornal independente da cidade, criado pelo jovem Djalma Maranhão e mais 3 amigos para ser a voz independente da cidade durante o período da II Guerra mundial, funcionou lá.
“O Diário” e sua redação funcionava em uma das salas do pavimento superior do prédio”, disse.
A data de construção do imóvel é de 1916 e abrigou uma próspera loja de tecidos, quando a Ribeira era o principal bairro comercial.
Em 1980 foi alugado pelo artista Arruda Sales para receber o Frenesi Café-Concerto, que fez muito sucesso e atraiu natalenses para os shows de teatro de revista ao estilo Dzi Croquettes.
Novamente o imóvel foi se deteriorando, sendo que boa parte ruiu. Entretanto, sua fachada manteve-se de pé por obra do acaso. Surpreendentemente a estrutura ficou sustentada apenas por galhos de árvores.
Confira a entrevista completa AQUI
Comentário (1)
Grande feito para a cultura Natalense.