O Dia Mundial da Visibilidade Trans é celebrado nesta quinta-feira, 31 de março, e no Rio Grande do Norte a data foi marcada pela realização de um mutirão para retificação de nome e gênero para pessoas trans.
Ao todo mais de 50 pessoas foram atendidas para abertura de demanda judicial para retificação de nome e gênero no registro civil no Núcleo de Primeiro Atendimento da DPE/RN em Natal.
Aos 52 anos, Madona da Silveira decidiu que estava na hora de colocar no papel o nome que usa desde os 15 anos. Ela lembra que a transição de gênero veio cedo e em um tempo em que o acesso à informação e a aceitação social eram bem diferentes. “Eu enfrentei uma mudança muito difícil, para eu assumir minha identidade de gênero tive que correr riscos, estar em esquinas, viver sem saber se iria apanhar.
A retificação do registro civil para pessoas trans passou a ser feita 100% de forma extrajudicial em março de 2018, quando o Supremo Tribunal Federal reconheceu a importância de retirar a obrigatoriedade da cirurgia e a solicitação judicial para a retificação do nome.
A retificação do registro direto no cartório foi o primeiro caminho que Nathan Costa procurou, mas não obteve sucesso. “Logo que o provimento do STF foi publicado, em 2018, eu fui até um cartório, mas não consegui levantar o dinheiro necessário na época.
O alto custo do processo direto nos cartórios desmotivou Ariel Monteiro a fazer a retificação. Aos 20 anos, a jovem já havia completado a transição, mas enfrentava dificuldades financeiras para retificar o registro extrajudicialmente. “Ser reconhecida como quem somos é muito importante e ter isso no papel é significativo demais, a gente sabe que esse reconhecimento é oficial, ele existe e deve ser respeitado”, declarou.
Para garantir a retificação, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte ingressa com uma ação solicitando o direito à gratuidade conferido a pessoas hipossuficientes e em situação de vulnerabilidade.
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