Dia Mundial do Câncer: exercícios físicos são aliados na prevenção e tratamento

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Diagnosticada com câncer de pulmão em julho de 2019, a auditora fiscal Ana Zélia Alves, 56, retirou um lóbulo, fez quatro sessões de quimioterapia e 28 de radioterapia. Já adepta dos exercícios físicos com frequência, hoje continua levando uma vida normal, saudável e treina de segunda a sábado.

Para Ana, o sucesso do seu tratamento se deve muito à rotina de autocuidado e movimento. “Um dia antes de me operar compareci normalmente à academia para fazer os meus exercícios e retornei três semanas após a cirurgia”, lembra.

Na próxima quinta-feira (4), celebra-se o Dia Mundial do Câncer, data instituída pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2000. O principal objetivo é aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença.

A auditora fiscal é exemplo do que muitos estudos têm demonstrado ao longo dos últimos anos: os exercícios físicos não só auxiliam na prevenção de doenças como o câncer, como inibem os sintomas do tratamento. “Não tive complicações pós-operatórias e pude melhorar minha capacidade física e respiratória”, conta.

Autoestima e fortalecimento

Ana é acompanhada pela profissional de Educação Física Rayssa Brito, na Pulse, academia que frequenta há alguns anos e onde viveu todo o processo da descoberta e tratamento do câncer. “O exercício antes e após as intervenções contribui muito também para a autoestima”, ressalta a treinadora.

Rayssa destaca, ainda, que a atividade física promove o fortalecimento do sistema imunológico, o equilíbrio dos níveis de hormônios, diminui o peso corporal, reduz o colesterol, regula o trânsito gastrointestinal etc. “O desequilíbrio de algumas funções orgânicas provocadas pela inatividade ocasionam processos inflamatórios que contribuem para o desenvolvimento do câncer”, alerta.

A profissional orienta que a prática de exercícios físicos de forma preventiva deve ser contínua, seguindo as recomendações da OMS, com pelo menos 150 a 300 minutos de atividade moderada ou vigorosa por semana. “A dica principal é fazer aquilo que gosta, tentar encontrar uma modalidade que seja mais atrativa”.

Para quem é submetido a sessões de quimioterapia, Rayssa destaca que um efeito colateral recorrente é a fadiga muscular. “O exercício realizado de forma contínua pode amenizar em até 50% os sintomas e fazer com que o praticante possa ter mais qualidade de vida, além da endorfina liberada durante a prática, que causa a sensação de bem-estar”, destaca.

No final do tratamento, um dos efeitos observados é a redução da massa muscular, causando dores e fraqueza. E aí o exercício físico entra mais uma vez. “Ele é uma forma de intervenção acessível a todos, não-medicamentoso e melhora as funções responsáveis pelo movimento, dando autonomia e confiança”.

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