EDITORIAL DO BG: “Menos, doutora Roberta Lacerda, menos…”

Reproduzimos, abaixo, o editorial do BG, ante à postagem da médica sobre os jornalistas.

Reprodução Instagram/ Blog do BG

A médica Roberta Lacerda ganhou os holofotes da mídia graças à sua competência, aos seus conhecimentos e posições claras e definidas. Ao longo da pandemia se notabilizou pela defesa de medicamentos que compõem o tão polêmico “tratamento precoce” contra o Sars Covid-19, o vírus surgido na China e que já matou alguns milhões de pessoas ao redor do mundo e perto de 390 mil brasileiros.

Como tudo nessa pandemia, no Brasil o “tratamento precoce” também virou motivo de polêmica. Nada mais natural e previsível.

Então, um bom conselho a quem está disposto a assumir posições sobre qualquer coisa neste País é: saiba conviver com as críticas, aceite os questionamentos e não leve para o lado pessoal o que você pode encarar de forma profissional.

A competente médica Roberta Lacerda, no entanto, passou do ponto. Enquanto emplacava uma entrevista atrás da outra e ocupava espaços cada vez mais generosos na mídia convencional e nas redes sociais, estava tudo bem. Depois, quando suas ideias e posições passaram a ser alvo de questionamentos, Roberta Lacerda deixou os argumentos e desceu do salto, partindo para a agressão aos profissionais da área de comunicação.

Chamou os jornalistas de ignorantes, despreparados, mentirosos e outras coisas mais. Dizendo falar em nome dos médicos que “cansaram de estar sendo usados”, a médica esqueceu de algo básico: jornalistas não são e estão longe de ser donos da verdade, mas reproduzem questionamentos sobre tratamento precoce que não são seus, mas elaborados por médicos, pesquisadores, cientistas e entidades de várias parte do mundo.

Em vez de dar seu show de arrogância – que desagradou muitos dos seus colegas médicos – Roberta Lacerda deveria aprender a conviver com o contraditório, fundamental para quem desejar ocupar e manter espaços na mídia e nas redes sociais.

Uma regrinha básica do jornalista Armando Nogueira cairia muito bem nessa hora: “elogiar não é bajular e criticar não é agredir”.

NÃO EXISTE “VERDADE” ABSOLUTA.

BG

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Comentários (3)

  • Mauro Nogueira Responder

    Usando frase do comentarista Paulo Figueiredo Filho: “o jornalismo morreu”. E é verdade. Hoje a imprensa, em sua maioria – pior: em sua versão “mainstream” – perdeu a “vontade” de “informar” e se esmera mesmo é em querer “influenciar”. O que conta, no final, não é a informação nua e crua, mas a melhor narrativa que se pode fazer dela, ao sabor dos interesses comerciais ou ideológicos do momento. A pandemia em nosso país está servindo para desnudar essa realidade. Pode parecer algo novo no Brasil, mas lá fora, principalmente nos Estados Unidos, já virou pedra de toque. Uma das reações mais risíveis a esse fenômeno é exatamente essa do articulista: achar que a imprensa é intocável em sua cátedra. A Dra. Roberta exerceu seu direito de “contraditório”, ao expor a verdade. Será que o pessoa da imprensa irá conseguir “conviver” com isso?

    30 de abril de 2021 at 14:45
  • FRANCISCO DÁVILA Responder

    Não sei se a doutora passou do ponto ou não. Agora, de uma coisa tenho certeza: A doutora tem razão ao se referir à imprensa, notadamente aquela extrema imprensa que assistimos diariamente distorcendo e manipulando às notícias. Se eu tiver de escolher, fico com os comentários e orientações da doutora Roberta Lacerda. Mas nem preciso escolher.

    26 de abril de 2021 at 13:05
  • Alfredo Responder

    Parabéns pela postura profissional e equilibrada!!!

    26 de abril de 2021 at 10:48

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