‘LÂMPADA CENTENÁRIA’: O ENIGMA DA LÂMPADA QUE FUNCIONA DESDE 1901

(Reprodução/Wikimedia)

Uma lâmpada que funciona desde 1901. Pode parecer mentira, mas, na verdade, estamos falando da Lâmpada Centenária (Centennial Bulb), que, segundo o livro Guinness World Records, é o foco de luz elétrica que há mais tempo está aceso em toda a história.

Ela fica em uma unidade do corpo de bombeiros na cidade de Livermore, na Califórnia. Em 1901, os bombeiros desejavam manter seus alojamentos iluminados dia e noite para serem capazes de responder a chamados com prontidão quando necessário, por isso decidiram instalar uma lâmpada.

A história da lâmpada

Doada para os bombeiros por um empresário local, ela foi fabricada a mão por uma empresa pioneira no setor. Décadas se passaram e, exceto por breves cortes de energia e duas mudanças, a lâmpada continuou iluminando o ambiente.

Em 2001, ganhou o título oficial de “Lâmpada Centenária” por completar seu 1° século.

Ela passou por duas mudanças de sede — quando deixou de funcionar por um breve período: uma delas quando o departamento de bombeiros teve que partir para uma nova unidade; a outra, que foi um pouco mais complexa, foi em 1976, quando o foco de luz já havia entrado para o Guinness World Records e os bombeiros precisaram se mudar novamente.

A mudança

As autoridades da Califórnia planejaram uma grande operação para cuidar da lâmpada durante o “traslado” dela para a nova unidade. Eles cortaram seu cabo por temer que, ao desenroscá-la, pudessem quebrá-la. Depois, um caminhão de bombeiros e a polícia escoltaram a lâmpada até o novo lugar: a estação número 6, onde, até hoje, continua funcionando e iluminando.

Segundo os registros, ela só ficou apagada por um total de 22 minutos quando foi transferida — e nunca passou um dia inteiro sem funcionar.

A lâmpada foi feita a mão em 1897 pela Shelby Eletronic Company, uma empresa que, na época, era pioneira em seu setor — mas já não existe mais. O fundador da empresa, Adolphe Chaillet, era um dos rivais do famoso inventor Thomas Edison.

A Lâmpada Centenária se difere das contemporâneas de 2 maneiras: ela mede 8 centímetros e tem uma forma mais arredondada do que as lâmpadas modernas. Acredita-se que, originalmente, ela tinha 30 watts de potência, mas, com o tempo, foi enfraquecendo. Atualmente, ela emite uma luz de aproximadamente 4 watts.

Além disso, seu filamento é cerca de oito vezes mais espesso do que o de uma lâmpada comum e feito de carbono em vez de tungstênio — que é utilizado nas lâmpadas normais. Esse material é um semicondutor que, quando esquenta, torna-se um condutor mais potente — em contraste com os atuais, que perdem potência em temperaturas mais altas.

Em 2010, um documentário espanhol sugeriu uma polêmica explicação ao fato de a lâmpada ainda continuar acesa durante esse tempo todo. O longa chama-se A Conspiração da Lâmpada de Luz (The Light Bulb Conspiracy) e afirma que ela seria uma prova do que se chama “obsolescência programada”.

Trata-se da teoria de que produtos são feitos com uma vida inútil limitada para fomentar o consumo. Segundo a documentarista Cosima Dannoritzer, enquanto inventores como Chaillet aspiravam criar lâmpadas de longa duração, um acordo secreto de fabricantes feito em 1924 teria resultado na decisão de limitar a vida útil dos produtos.

Em meio à polêmica criada pelo filme, a Lâmpada Centenária já dura mais de 117 anos — enquanto, atualmente, as lâmpadas de LED duram de 25 mil a 50 mil horas, as fluorescentes têm vida útil de 6 mil horas e as incandescentes duram apenas mil horas.

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