Novo teste de sangue pode prever Alzheimer até 20 anos antes dos sintomas

Imagem: Saiful52/Shutterstock

Pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália (ANU) desenvolveram teste de sangue simples, barato e não-invasivo que pode prever o risco de uma pessoa desenvolver o mal de Alzheimer até 20 anos antes do aparecimento dos sintomas.

Segundo o Medical Xpress, utilizando nanotecnologia e inteligência artificial (IA), os físicos da ANU conseguiram analisar as proteínas no sangue em busca de biomarcadores que indicam o início da neurodegeneração, característica da doença. O estudo foi publicado na revista Small Methods.

Como os pesquisadores chegaram no resultado

  • Usando chip de silício ultrafino contendo nanoporos, os pesquisadores conseguem analisar as proteínas de forma individual, utilizando algoritmo de IA avançado;
  • A pequena quantidade de sangue é colocada no chip de silício e inserida em dispositivo portátil, do tamanho de celular, que utiliza o algoritmo para procurar assinaturas correspondentes às proteínas que indicam o início do Alzheimer;
  • O algoritmo pode ser treinado para detectar múltiplas condições neurológicas ao mesmo tempo, incluindo Parkinson, esclerose múltipla e esclerose lateral amiotrófica.

Diagnóstico atual

Atualmente, o Alzheimer é diagnosticado principalmente com base em evidências de deterioração mental, quando a doença já danificou seriamente o cérebro. A detecção precoce, essencial para o tratamento eficaz, normalmente envolve procedimentos hospitalares invasivos e caros, como punção lombar.

A técnica desenvolvida pelos pesquisadores da ANU, por outro lado, requer apenas pequena amostra de sangue e os resultados podem ser obtidos em tempo real. O teste rápido e simples poderia ser realizado por médicos de clínicas gerais, eliminando a necessidade de visita ao hospital e sendo especialmente conveniente para pessoas que vivem em áreas remotas.

As proteínas são os blocos de construção da vida e contêm informações genéticas únicas, que oferecem pistas importantes sobre a saúde, incluindo sinais de células cerebrais em deterioração. O segundo maior causa de morte na Austrália, por exemplo, é a demência, com mais de 400 mil pessoas vivendo com essa condição, e estima-se que esse número mais que dobre até 2058.

A esperança é que a técnica de triagem desenvolvida pela ANU esteja disponível nos próximos cinco anos. Até o momento, não há cura para o Alzheimer, mas descobrir se alguém está em risco 20 anos antes do diagnóstico pode melhorar significativamente os resultados de saúde para esses pacientes.

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