Open Banking: autonomia para o usuário e maior competitividade em serviços bancários; saiba mais

Nova plataforma digital traz oportunidade para fintechs oferecerem novos produtos e serviços com a diminuição de concentração bancária

Depois da atenção dada ao Pix em 2020, o Banco Central volta seus esforços para a implantação do Open Banking, plataforma digital que dará ao cidadão seus dados bancários e histórico de transações. A primeira fase foi iniciada em fevereiro e, seguindo o cronograma oficial, a quarta fase encerra a implementação em dezembro. A plataforma busca apresentar mudanças positivas não só para o consumidor, com redução de preços de serviços bancários, mas também para o setor, com o aumento da entre instituições financeiras e a ampliação da transparência de dados.

No Brasil, cerca de cinco bancos concentram 85% dos ativos do segmento. De 2019 para 2020, houve aumento de 34% de fintechs, saltando de 553 para 742, conforme o Distrito Fintech Report do ano passado. Estima-se que 1 em cada 3 brasileiros acima de 16 anos não tem conta bancária, em torno de 45 milhões de pessoas, que movimentam mais de R$ 800 bilhões por ano, segundo dados do Instituto Locomotiva.

As fintechs terão mais facilidade em competir com bancos no sistema Open Banking. Em busca de preços mais atrativos, o próprio consumidor pode escolher com quem compartilhar seus dados, gerando maior circulação de informações no segmento. Gabriel Falk, product manager da fintech Juno, especializada em desburocratização desserviços financeiros, pontua vantagens para consumidor e para empresas. “Nós conseguimos enxergar uma sinergia com produtos que, hoje, não conseguimos oferecer por sermos uma empresa de pagamentos. Há tendência de que seja possível oferecer produtos e serviços de maneira tão competitiva quanto um banco com mais de 100 anos. Isso é incrível para uma empresa como a nossa. Costumávamos brincar que os bancos eram cruzeiros, e as fintechs eram barquinhos. O barquinho das fintechs está virando um grande navio”, ressalta.

A transparência em produtos, que permitirá a comparação de taxas, é outra novidade do Open Banking, na opinião de Falk. Haverá uma visibilidade entre as instituições Uma das grandes novidades, na opinião de Falk, é que haverá visibilidade entre as instituições algo mais complexo atualmente, que pode vir a impedir a manutenção de preços muito elevados. “Como haverá uma competitividade entre os preços, são grandes as possibilidades de que os preços de produtos caiam”, afirma.

A nova modalidade pode afetar ainda o mercado de cartões e corretoras, aponta o product manager da Juno. Na década passada, os pequenos investidores precisavam ter conta em um banco e ficavam sujeitos a taxas de corretagem para investir na bolsa de valores. Hoje, já é possível ter custo zero neste serviço com a ampliação do número de corretoras. O mercado de cartões, até 2009, tinha exclusividade de adquirentes e bandeiras, o que forçava muitas empresas a ter duas ou mais máquinas para atender os consumidores. “Quando se quebrou o duopólio, houve maior acesso a este produto, com pulverização de empresas, mais concorrência e menos custos”, explica.

 Padronização total

O Open Banking é reflexo de um um movimento do mercado financeiro, semelhante ao que ocorreu com o Pix. “Mais de mil instituições financeiras vão precisar aderir à plataforma. De certa forma, essa tendência começou pelo Pix, como um tipo de test-drive para implementar um processo como do Open Banking, visto que se trata de uma padronização da tecnologia para oferecer serviços financeiros”, comenta o Product Manager da Juno, Gabriel Falk.

Assim como ocorreu com o Pix, a documentação precisa ser padronizada. “Dessa forma, as empresas mantêm um modelo, o que facilita para o consumidor, derrubando barreiras para saídas ou trocas de players dentro do mercado, como acontecia antigamente”, completa Falk.

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