Parcelamento sem juros no cartão de crédito não vai acabar, afirma Febraban


Bancos devem manter parcelamento sem juros nas compras com cartão de crédito. — Foto: Reprodução/EPTV

Os bancos vão manter o parcelamento sem juros nas compras feitas no cartão de crédito, disse a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

A afirmação vem após o presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, citar um incômodo da instituição com o sistema atual de financiamento por cartão, que permite o parcelamento de compras em até 13 parcelas sem juros, durante audiência no Senado na semana passada.

Segundo a Febraban afirmou em nota, “não há qualquer pretensão de se acabar com as compras parceladas no cartão de crédito”.

A federação diz, ainda, que participa de “grupos multidisciplinares” para analisar, de um lado, as causas dos juros praticados e alternativas para um redesenho do rotativo do cartão e, do outro, o aprimoramento do mecanismo de parcelamento de compras.

“Portanto, nenhum dos modelos em discussão pressupõe uma ruptura do produto e de como ele se financia”, disse o órgão em nota.

A federação ainda afirmou que defende que o cartão de crédito seja mantido como “relevante instrumento para o consumo, preservando a saúde financeira das famílias.”

“Estudos indicam a necessidade de medidas de reequilíbrio do custo e do risco de crédito. Para tanto, é necessário debater a grande distorção que só no Brasil existe, em que 75% das carteiras dos emissores e 50% das compras são feitas com parcelado sem juros”, acrescentou (veja o posicionamento completo da Febraban ao final desta reportagem).

O fim do rotativo do cartão?

Na mesma audiência em que citou o incômodo com o sistema de financiamento, Campos Neto também disse que o BC estuda alternativas para diminuir a inadimplência na linha do rotativo do cartão.

Entre as possibilidades citadas pelo banqueiro central estão a limitação dos juros na modalidade e até a possível extinção da linha de crédito, com um parcelamento com juros mais baratos no lugar.

A expectativa é que o grupo de trabalho criado pelo governo, formado pelo Ministério da Fazenda, pelo Banco Central, pelos bancos e por entidades do varejo, traga uma alternativa para diminuir as taxas da modalidade até o final deste ano.

Veja o posicionamento completo da Febraban:

A Febraban afirma que não há qualquer pretensão de se acabar com as compras parceladas no cartão de crédito. A entidade participa de grupos multidisciplinares que analisam as causas dos juros praticados e alternativas para um redesenho do rotativo, de um lado, e, de outro, o aprimoramento do mecanismo de parcelamento de compras. Portanto, nenhum dos modelos em discussão pressupõe uma ruptura do produto e de como ele se financia.

Defendemos que o cartão de crédito deve ser mantido como relevante instrumento para o consumo, preservando a saúde financeira das famílias. Isso porque estudos indicam a necessidade de medidas de reequilíbrio do custo e do risco de crédito. Para tanto, é necessário debater a grande distorção que só no Brasil existe, em que 75% das carteiras dos emissores e 50% das compras são feitas com parcelado sem juros.

Os estudos da Febraban mostram, ainda, que o prazo de financiamento impacta diretamente no custo de capital e no risco de crédito, e a inadimplência das compras parceladas em longo prazo é bem maior do que na modalidade à vista, cerca de 2 vezes na média da carteira e 3 vezes para o público de baixa renda.

A Febraban continuará perseguindo uma solução construtiva que passe por uma transição gradual, para que se alcance a convergência que, ao mesmo tempo, beneficie os consumidores e garanta a viabilidade do produto para os elos que atuam na indústria do cartão de crédito, como bandeiras, bancos emissores, adquirentes (maquininhas), lojistas e consumidores.

Do G1

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