PENSE! Comissão discute Plano Diretor de Natal com foco em ecologia integral

Foto: Divulgação

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Natal retomou, em reunião virtual nesta quarta-feira (22), as discussões em torno da revisão do plano diretor da cidade, sob o ponto de vista da ecologia integral. Esse é um conceito criado pelo papa Francisco, que relaciona as consequências de modelos econômicos com a degradação social e ambiental.

Da reunião participaram ecologistas, professores dos departamentos de arquitetura, direito e engenharia da UFRN, além de membros do Fórum Direito à Cidade e do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental. “Os professores nos trouxeram importantes apontamentos sobre essa questão da justiça socioambiental que não foram considerados na minuta do plano. Nosso compromisso é levar essas informações a todos os vereadores para que possamos contribuir e melhorar a cidade de forma justa”, destacou a vereadora Divaneide Basílio (PT), presidente da comissão. As vereadoras Eleika Bezerra (PSL) e Ana Paula (PL) também participaram das discussões.

De acordo com a professora de arquitetura da UFRN, Maria Dulce Bentes, a ecologia integral amplia novos conceitos de urbanização, considerando que tudo está interligado. “Temos a economia, mas temos também a preservação de recursos hídricos, solo, mananciais, condição sanitária, que precisam ser considerados porque interferem diretamente na qualidade de vida da cidade. Nos preocupa, por exemplo, a retirada de medidas protetivas de áreas ambientais, a fragilização das populações da orla que estão sendo ignoradas”, pontuou a professora.

Para o professor do Departamento de Engenharia da UFRN, Venerando Amaro, a garantia do equilíbrio urbano de Natal, que está construída entre Zonas de Proteção Ambiental (ZPA) e as Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS), deve estar explícita na revisão do plano ou a qualidade do ar, da água, do solo, ficará comprometida provocando mudanças até no clima da cidade . “Natal está construída sobre área ambiental vulnerável. Para sustentar o padrão de desenvolvimento atual, precisamos garantir a sustentação da cidade de forma sustentável. Isso precisa ser posto de forma clara com dados e constatações científicas. Estamos propondo que isso seja revisto para evitar construções irreversíveis”, disse.

A minuta do Plano Diretor já foi apresentada pelo Executivo Municipal e aguarda uma conferência que poderá ocorrer de forma virtual. Somente após essa conferência é que o projeto deve chegar à Câmara para votação dos vereadores.

Texto: Cláudio Oliveira

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Comentários (4)

  • Wilson Cardoso Responder

    Tá maluco, amigo? Não existe NADA de verticalizar na Via Costeira! Em nenhum artigo!

    Sou contra a lei de fakenews que está tramitando no Congresso. Mas que dá vontade de usá-la para quem inventa sse tipo de ilação, lá isso dá….

    22 de julho de 2020 at 22:24
    • carlos alberto cunha Responder

      Não é questão de perturbação das faculdades mentais não. É apenas a preocupação com o que falou uma autoridade municipal: “Durante o processo de revisão do Plano Diretor de Natal, retomado no início de 2019, um dos temas mais discutidos tem sido a verticalização como solução para o desenvolvimento da cidade. Em falas públicas, e em reuniões com setores específicos, o Prefeito da cidade tem defendido que a verticalização é a única forma de promover o desenvolvimento de Natal. Também tem repetido que a orla de Natal é a mais feia dentre aquelas das capitais do Nordeste, e que isso é culpa da falta de prédios altos”. Mas, como o ilustre comentarista afirma, categoricamente, com a autoridade que tem, que a Via Costeira não sofrerá intervenção do tipo, a gente fica feliz com a certeza de que aquele trecho de praia permanecerá sem a indesejada presença de espigões.

      23 de julho de 2020 at 12:03
  • carlos alberto cunha Responder

    Preocupante nesse novo Plano Diretor é saber que existe a intenção de verticalizar a Via Costeira. Um crime não só contra o meio ambiente, mas também contra o turismo, ou será que não entendem que aquela via faz parte das maiores atrações turísticas da cidade. E o acesso físico e visual deve ser garantido a todo mundo e, principalmente, àqueles que nos visitam, hospedados ou não nos hotéis da Via Costeira.

    22 de julho de 2020 at 20:03
    • Wilson Cardoso Responder

      Tá maluco, amigo? Não existe NADA de verticalizar na Via Costeira! Em nenhum artigo!

      Sou contra a lei de fakenews que está tramitando no Congresso. Mas que dá vontade de usá-la para quem inventa sse tipo de ilação, lá isso dá….

      22 de julho de 2020 at 22:24

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