Por que carros estão tão caros no Brasil e devem ficar ainda mais

Imagem: Shutterstock

Desde o início da pandemia do coronavírus, no ano passado, os preços de veículos ao consumidor não param de subir no Brasil.

Os reajustes sucessivos chegaram a tal ponto que hoje um carro compacto zero-quilômetro pode chegar a custar mais de R$ 100 mil.

A situação não tem sido diferente quando se trata de veículos usados e seminovos – dependendo do modelo, os valores praticados por concessionárias e lojas multimarcas chegam a ser maiores do que os cobrados pelo mesmo carro, porém novo.

Isso se o veículo zero pretendido estiver disponível, já que muitos modelos tiveram ou ainda têm a produção paralisada por conta da falta de componentes – em especial, semicondutores.

Também tem havido menor oferta de automóveis de segunda mão.

Enquanto a covid-19 não for controlada, por meio da vacinação em massa dos brasileiros, a expectativa é de que seus efeitos negativos na economia persistam, mantendo a tendência de alta nos preços.

Confira em detalhes cinco motivos para essa disparada nos valores cobrados – a maioria deles é global, diretamente conectada com a pandemia, mas há fatores exclusivos de nosso mercado.

1 – Paralisação de fábricas por falta de semicondutores
A escassez mundial de microprocessadores, cuja produção é concentrada na Ásia, levou à interrupção na produção de veículos de variadas marcas no Brasil ao longo deste ano.

Por conta do problema, a disponibilidade de carros zero-quilômetro nas concessionárias foi comprometida, ficando insuficiente para atender a demanda. Esse desequilíbrio entre oferta e procura tradicionalmente “puxa” para cima os preços de determinado produto.

2 – Baixo estoque de usados e seminovos
Segundo Matías Fernández Barrio, CEO da Karvi, plataforma online de compra e venda de carros no Brasil e na Argentina, os estoques de seminovos e usados em concessionárias e lojas independentes também estão baixos e isso é outro fator a pressionar para cima os respectivos preços.

De acordo com Barrio, o “giro” dos veículos de segunda mão, que é o tempo entre a compra e a sua respectiva revenda, era superior a dois meses há cerca de um ano. Hoje, caiu para aproximadamente 30 dias.

3 – Retomada gradual da economia
Conforme explicamos nos itens anteriores, durante os últimos meses a economia tem dado sinais de recuperação, com elevação no consumo e na demanda por variados produtos e serviços – e isso se aplica a automóveis.

Aí voltamos à tradicional regra da oferta e da procura: quando há demanda e falta oferta, a alta nos preços é uma consequência esperada.

4 – Aumento do ICMS em SP
Dono da maior frota circulante do Brasil, em torno de 30 milhões de veículos, o governo paulista elevou no começo deste ano as alíquotas de ICMS.
Por conta da relevância do mercado de São Paulo, que também é responsável por boa parte da produção nacional de veículos, os preços médios, considerando todo o território do País, inevitavelmente subiram.

5 – Pressão de insumos e logística
Além da escassez de semicondutores, que encareceram por conta disso, outros insumos e serviços essenciais para a produção de automóveis ficaram mais caros ao longo dos últimos dois anos – e elevaram o preço de automóveis ao consumidor.

Bobinas de aço – Umit Bektas/Reuters – Umit Bektas/Reuters

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conforme apresentação da Anfavea para a imprensa realizada em março, de janeiro de 2020 a janeiro deste ano o valor do aço (foto acima) no Brasil teve elevação de 61%; resinas e elastômeros saltaram 68% de dezembro de 2019 a dezembro de 2020; o frete aéreo, por sua vez, teve alta de 105% entre janeiro do ano passado e o primeiro mês deste ano; e o frete marítimo apresentou acréscimo de 339% no mesmo período.

 

Fonte: Lançamentos e Mercado

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Comentário (1)

  • Frank Cavalcanti Bahia Responder

    É verdade algunhas marcas de semi novos estão mais caros do que a tá bn ela Fipe

    18 de junho de 2021 at 19:53

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