PENSE! Ricardo Rosado remexe suas lembranças e nos traz um belo texto e uma saudosa foto: A árvore

 

Por Ricardo Rosado

Já nem lembro onde foi. Sei que ia andando sem compromissos, gravando, fotografando e filmando tudo que via de interessante pela frente.

Já nem lembro onde foi.

Sei que ia andando sem compromissos, gravando, fotografando e filmando tudo que via de interessante pela frente.

Num desses instantes do passeio (até o final do texto eu vou lembrar onde foi o flagrante), vi a sombra de uma árvore e a minha logo acima.

Parei, ajustei, apostei no jogo de luzes e sombras que todo fotógrafo adora e me compus numa projeção, uma nova parte componente da árvore.

Colocado lá pelo sol e logo lá em cima.

Claro, pensando na raiz, no caule, nas folhas, nas flores, nos frutos até nos cheiros e eu, a cabeça de tudo isso.

Não deixa de ser uma alegoria de todo ser humano.

Uns algaroba.

Outros carvalho.

Alguns com espinha flexível como o velame.

Na outra ponta tem o nó da aroeira.

Nascer semente, criar raízes, crescer, brotar flores, folhas, frutos.

Levar a vida na suavidade da “brisa leve”, ao sabor das chuvas, ao léu.

Mas firme.

Abrigo para muitos. Estado de espírito.

Paz na sombra mesmo em tempos turbulentos.

Não sei se deu certo.

Mas foi essa a intenção naquele momento.

Cascavilhando as fotos antigas que a quarentena impõe, achei esta.

Acho que o local foi Colônia, na Alemanha, em 2018.

Não tenho certeza.

Como há certezas poucas hoje em dia.

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