O MED, Mecanismo Especial de Devolução, foi criado pelo Banco Central para facilitar a devolução do dinheiro às vítimas em caso de fraude com o PIX.
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Por Jornal Nacional
O dia 16 de novembro de 2020 foi um marco na história dos meios de pagamento no Brasil: o dia do surgimento do PIX. A novidade conquistou o país em uma rapidez impressionante.
Dois meses atrás, em um único dia, em 5 de abril, o Banco Central do Brasil registrou mais de 200 milhões de operações desse tipo – um recorde.
Todo mundo sabe usar. Mas a maioria dos brasileiros não tem conhecimento de que existe uma forma de recuperar dinheiro quando é vítima de um golpe com o PIX.
O empresário Fernando Pruner ainda está se recuperando da frustração. Ele vendeu um relógio em uma plataforma de comércio eletrônico por R$ 2,5 mil.
Dias depois, recebeu um e-mail informando que teria de pagar quase R$ 500 para receber o dinheiro da venda. Só depois de ter feito o PIX descobriu que tinha caído em um golpe. Ficou sem o relógio e sem o dinheiro.
“Eles aplicam diversos golpes pela internet ou até pessoalmente. Só que usam para a transferência o PIX, fazendo com que as pessoas não consigam imediatamente fazer esse tipo de bloqueio”, explica o delegado Emannoel David.
E é aí que entra o MED, o Mecanismo Especial de Devolução, criado pelo Banco Central para facilitar a devolução do dinheiro às vítimas em caso de fraude com o PIX.
A reclamação deve ser feita diretamente ao banco ou financeira onde a pessoa cadastrou a chave do PIX. A instituição vai avaliar o pagamento e pode bloquear provisoriamente o valor transferido. Se a fraude for confirmada, o dinheiro será devolvido para a vítima em até quatro dias.
O mecanismo não pode ser acionado em alguns casos. Por exemplo: se a pessoa errar a digitação da chave PIX ou desistir da compra de um produto.
Em 2023, os brasileiros fizeram mais de 2,5 milhões de pedidos de devolução pelo MED, e a Febraban já propôs melhorias no sistema.
“O que acontece é que os golpistas têm uma rapidez muito grande, porque quando chega na conta de destino, eles espalham para outras diversas contas. Então, nós estamos trabalhando em ações aqui para tentar chegar o mais longe possível nesse rastreio e tentativa de bloqueio e recuperação do valor”, afirma Walter Faria, diretor-adjunto de serviços da Febraban.
A auxiliar administrativo Ivana Ribeiro da Silva pagou um boleto falso com PIX. Procurou o banco e pediu a devolução pelo MED. Em dois dias recebeu o dinheiro de volta.“A gente tem que correr atrás para tentar reaver esse valor, porque não é fácil. Eu corri atrás e pelo menos recebi o meu valor”, conta.
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