VISITAS, CELEBRAÇÕES E HOMENAGENS MARCAM DIA DE FINADOS NO CEMITÉRIO VILA MEMORIAL ZONA NORTE

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Com o avanço da vacinação e seguindo as recomendações sanitárias, a data foi marcada por intenso movimento e retorno dos visitantes ao campo-santo.

Muitos potiguares aproveitaram as primeiras horas do feriado de 02 de novembro para prestar homenagens aos seus entes queridos já falecidos, no Cemitério Vila Memorial, na Zona Norte de Natal. A organização também reforçou as equipes de atendimento psicológico com a instalação do ‘Espaço Acolhedor’, composto por psicólogos especializados na psicologia do luto.

É o caso da empresária Nadja Maria de Lira, 52 anos, que aproveitou a manhã desta terça-feira (2) para visitar o jazigo onde estão sepultados o esposo e o pai dela. A empresária revela que este gesto já é um costume da família. “A gente mantém a tradição de vir pelo menos uma vez por semana. Juntos fazemos orações e cuidamos dos arranjos de plantas e flores, mesmo tendo a manutenção da equipe do cemitério, nós gostamos de zelar diretamente e vir com frequência, pois é uma forma de lembrarmos as pessoas que amamos e que se foram. Geralmente, combinamos para vir todos juntos nessas datas especiais. Hoje estou aqui, com meus filhos e meu irmão, pois eles foram excelentes pais e maridos”, relata a Nadja Maria.

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A abertura das atividades no cemitério Vila Memorial, na Zona Norte de Natal, foi marcada com uma missa celebrada por Monsenhor Lucas Batista. “Desde do século XIII, a Igreja rememora a partida dos irmãos falecidos, mas considero que hoje é um Dia de Finados especial, pois estamos retomando as celebrações presenciais nestes espaços, que foram suspensas em razão da pandemia”, disse.

“Com a missa queremos levar uma palavra de esperança a muitas pessoas que perderam seus entes queridos por diversos motivos, e mais ainda para os que foram vítimas da Covid-19, muitos deles não deram sequer para se despedir, em razão da observância das regras de distanciamento”, afirmou o celebrante.

Foi o caso da coordenadora de telemarketing, Ranielle Rodrigues, 34 anos, que perdeu neste ano a sogra e a cunhada, em um espaço de tempo de menos de um mês, ambas vítimas das intercorrências provocadas pela Covid-19. O primeiro baque na família foi causado pela perda da cunhada de apenas 28 anos, Marta Sulamita, que contraiu a doença em fevereiro e agravou o quadro respiratório, vindo a falecer em abril.

Passado um mês, a sogra Aurilene Alves, 56 anos, também teve Covid-19 e quadro de síndrome respiratória grave fez com que não resistisse. “Nossa família sofreu muito. Tínhamos acabado de perder minha cunhada”, conta Rodrigues. Na época, o aumento de casos não permitiu que os familiares pudessem fazer velório com a presença de todos os amigos e parentes.

Segundo a administração do local, desde o final de semana as pessoas iniciaram as visitas. E para o dia de hoje ainda estão previstas, na parte da tarde, apresentação musical do Grupo Harmonium, às 15h30 e uma missa, às 16h, celebrada por Padre Dalmário Melo.

“Preparamos tudo com muito zelo e pensamos em programação com celebrações religiosas, música e feira de adoção de animais para transformar a visita em um momento de paz. Essas iniciativas deixam o ambiente com uma atmosfera de aconchego e traz um certo conforto”, ressalta a gerente executiva administrativa e financeira, Alessandra Vila.

Espaço Acolhedor

Equipes de atendimento formada por psicólogas especializadas na psicologia do luto atuaram no ‘Espaço Acolhedor’ fornecendo momentos de escuta e aconselhamento . A criação do espaço teve por objetivo amparar as pessoas que não tiveram condições de trabalhar as emoções provocadas pelo luto, em razão da ocorrência de perdas difíceis durante a pandemia.

“Apesar de termos como nossa missão acolher as pessoas que buscam os serviços cemiteriais e funerários, esse ano nossa preocupação foi maior, pois muitos de nós fomos impedidos de realizar os rituais de despedidas, e isso gera um efeito negativo no processo de luto. Para algumas pessoas as emoções podem ser mais intensas, por causa dessa lacuna”, explica a psicóloga, Milena Câmara.

De acordo com decreto estadual vigente publicado no Diário Oficial, os visitantes estavam obrigados a usar máscaras no interior do cemitério, fazer a higienização das mãos com álcool 70% e apresentar o cartão de vacinação. “Quem estava sem portar o cartão de vacinação, disponibilizamos uma equipe para acessar o RN Mais Vacina e baixar o comprovante. Nosso objetivo com essa ação é garantir que os visitantes possam ir aos cemitérios em segurança visitar seus entes”, acrescentou Milena Câmara.

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