Se você está acompanhando a Copa do Mundo no Qatar, deve ter percebido diversos anúncios publicitários nas laterais do campo e nos espaços de entrevistas escritos em caracteres chineses, os chamados “hanzis”. Além disso, diversas marcas desconhecidas no Brasil também faz propaganda nesses espaços.
O colunista de Tilt Felipe Zmoginski explicou quem são essas misteriosas (pelo menos no Brasil) empresas chinesas que patrocinam a Copa deste ano.
A primeira marca, a Vivo (não confundir com a telecom do grupo espanhol Telefônica), certamente não é muito conhecida dos brasileiros, mas trata-se da 5ª maior vendedora de celular no mundo, com 10% de participação no mercado global. A empresa só está atrás da sul-coreana Samsung, da americana Apple, e das também chineses Xiaomi e OPPO.
Também brilha na Copa a Hisense, que é a 2ª maior fabricante de TVs e telas LCD do mundo, atrás apenas da onipresente Samsung. Além da Copa do Mundo, a empresa também patrocinou a Euro 2016 e torneios de tênis, como o Australian Open.
“O que podemos compreender destes investimentos é que, além de serem conhecidas por ter melhor preço e especificações mais avançadas em seus produtos, as techs chinesas, nos anos recentes, fazem um grande esforço para tornarem-se marcas admiradas, associando-se a eventos esportivos de primeira classe, por exemplo.”
Quem observa com atenção as placas da Copa, deve ter visto imagens da Wanda Group e Mengniu.
O primeiro é um conglomerado do segmento de imóveis, varejo e shopping centers, com (ainda) pouca presença fora da China, daí preferirem mostrar suas placas tantas vezes em hanzis e não em caracteres que possam ver compreendidos pela audiência global.
Fenômeno similar se aplica à fabricante de alimentos Mengniu, uma das maiores fabricantes de iogurtes e leite do mundo.
O hábito de consumir laticínios é menos disseminado na China (e no Oriente, de modo geral) do que nos países das Américas e Europa. Uma das estratégias da Mengniu é associar-se a ícones ocidentais admirados na China para promover seus produtos para o público doméstico, como o caso de Messi, Neymar e Mbappé, ídolos do Paris Saint-Germain, clube patrocinado pela empresa chinesa.
Deu na Tilt
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