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Manuel foi rei de Portugal e dos Algarves entre os anos de 1495 e 1521, um período de grandes navegações e descobertas.
- Manuel nasceu em Alcochete, Portugal, no dia 31 de maio de 1469. Filho de D. Fernando, duque de Beja, e de D. Beatriz, era neto do rei D. Duarte I que reinou entre 1433 e 1438.
Em 1495, D. Manuel tornou-se o quinto rei da dinastia de Avis e o décimo quarto rei de Portugal, sucedendo o rei D. João II, que após a morte de seu filho D. Afonso, nomeia em seu testamento o seu sucessor D. Manuel, seu primo e irmão da rainha, sua esposa, D. Leonor.
Grandes navegações
No reinado de D. Manuel I, que se estendeu por 26 anos, realizaram-se as mais importantes viagens que consolidaram as grandes navegações portuguesas iniciadas no começo do século XV.
O contato direto com o Oriente era um grande sonho de monarcas e comerciantes portugueses uma vez que o país já comercializava muitos produtos, como cravo, pimenta, noz-moscada, marfim, tecidos e pedras preciosas.
Os produtos comercializados vinham da Índia, através do Mediterrâneo, por intermédio de comerciantes italianos e mercadores árabes o que elevava enormemente o preço dos produtos.
Em 1497, no reinado de D. Manuel, partiu de Lisboa para a grande aventura para a Índia por via marítima, contornando a África, para dar prosseguimento ao feito de Bartolomeu Dias em 1488, no reinado de D. João II, que percorreu 800km da costa oriental africana. A Armada de 1497 era composta de 2 naus, 1 caravela e uma nave de mantimentos e nela seguiam Paulo da Gama, Vasco da Gama e Nicolau Coelho. Dois anos depois, retornavam 1 nau e a caravela carregadas de especiarias.
No reinado de D. Manuel várias outras importantes viagens foram realizadas, entre elas, a de João Fernandes Labrador que chegou à península canadense que recebeu seu nome, a de Gaspar Corte Real que descobriu a Groenlândia e a de Pedro Alvares Cabral, em 1500, que “chegou a uma terra que novamente descobriu a que pôs nome Santa Cruz”, conforme sua carta de 1501 aos reis Católicos Isabel e Fernando, seus sogros, essa terra era o Brasil.
Para consolidar o domínio português no Oriente, D. Manuel enviava todos os anos uma armada à Índia, e para poder impor a presença portuguesa, mandou D. Francisco de Almeida para a Índia como vice-rei, tentando manter o monopólio da navegação e do Comércio português naquela região.
Administração de D. Manuel I
Aproveitando a riqueza D. Manuel deixou marcas na justiça de Portugal ao ordenar a revisão das leis do reino, numa compilação que ficou conhecida como “Ordenações Manuelinas”. A sua difusão foi acelerada pelo uso da imprensa que chegou a Portugal em 1487. Caso os juízes não as aplicassem eram multados.
- Manuel fez o levantamento sobre a prestação de cuidados em todo o país. De acordo com essa contabilidade, existiriam no reino cerca de quinhentas instituições de assistência, entre as quais duzentos hospitais, com um total de dois mil e quinhentos leitos.
Na cultura, o rei procedeu a reforma dos “Estudos Gerais”, criando planos educativos e bolsas de estudos. Na sua corte surgiu Gil Vicente, o pai do teatro português.
Estilo Manuelino
- Manuel admirava as artes e a música e era bastante religioso, por isso investiu boa parte da fortuna do país na construção de igrejas e mosteiros, bem como no patrocínio da evangelização das novas colônias através de missionários católicos.
Desenvolveu-se em seu reinado um estilo artístico inspirado nas viagens marítimas e nos símbolos da Coroa, que ficou conhecido como manuelino. Entre suas obras destacam-se o Mosteiro de Santa Maria de Belém, hoje conhecido como “Mosteiro dos Jerônimos” e a “Torre de Belém”.
Casamentos
Em 1497, D Manuel casou-se com D. Isabel de Castela, viúva do príncipe herdeiro D. Afonso, filho de D. João II e sobrinho de D. Manuel. Filha dos reis católicos, Fernando e Isabel, D. Manuel via no casamento uma forma de algum dia reunir as Coroas de Castela, de Aragão e de Portugal numa só.
Em 28 de agosto de 1498, D. Isabel morre de parto em Saragoça, ficando seu filho D. Miguel com os reis católicos, porém em 1500 Miguel morre, cabendo a sucessão das coroas vizinhas para a filha dos reis católicos Joana, casada com Filipe o Belo.
Viúvo, D. Manuel casa-se com a cunhada D. Maria de Castela, irmã de D. Isabel, em 30 de outubro de 1500, e com ela teve a maior parte de seus filhos, incluindo seis homens, entre eles D. João III, futuro rei de Portugal. D. Maria morre em 1517 de causas naturais.
Novamente viúvo, em 1519, D. Manuel realiza o mais controverso de seus três casamentos, desta vez em segredo, casa-se com D. Leonor da Áustria, filha de Filipe, o Belo, e de Joana. D. Leonor tinha vinte anos quando se casou, mas o matrimônio dura apenas três anos, pois D. Manuel ficou doente e faleceu. Desse casamente sobreviveu a infanta D. Maria.
- Manuel faleceu em Lisboa no Paço da Ribeira, no dia 13 de dezembro de 1521. Seu corpo foi sepultado no Mosteiro dos Jerônimos.
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