ESCRITOS DA ALMA – ARREMESSANDO A FLECHA GABRIEL – (FLÁVIO REZENDE)

ARTE: FLÁVIO REZENDE

Já estou neste babado de escrever desde meados de 77, começando com poesias e seguindo por prosas, contos, crônicas e tudo que existe nesta seara, textos que hoje nomino de “escritos”.

Faço essa introdução para dizer que quem me acompanha, sabe que vez por outra relembro que sou canceriano – e faço isso para ressaltar o quanto gosto de família, filhos, pais, esposa, primos etc, incluindo também as boas amizades.

E em assim sendo, sempre sonhei em ter filhos, só que as muitas atividades me consumiram, o tempo passou, alguns eventos ocorreram, até que surgiu a primeira oportunidade e, ao saber que seria um rapazinho, combinei que o nome seria Gabriel.

Infelizmente aconteceu um aborto natural e Gabriel voltou, retornando em abril de 99, recebeu o nome e seguimos juntos cada vez mais apaixonados.

Tem sido uma existência muito positiva, reproduzindo de certa forma a que tive com papai, permeada de carinho, cumplicidade, viagens, cinemas, jogos, papos, com apoio meu a todos os seus sonhos, como o futebol que ficou no caminho, até que sua passagem pelo NPOR, incentivo de todos que lhe amam, provocaram gosto pelos estudos e assim, mergulhado nas apostilas, passou num concurso do DEPEN, aguardando agora realização de curso preparatório e consequente contratação.

Estamos todos felizes, também sou funcionário público federal, é uma segurança, é o que ele queria e ansiava, agora é cumprir as etapas e sua missão.

Vai morar fora, como já o fez em Boston/USA, estarei visitando sempre, coração feliz e apertado, uma importante etapa na vida e, ninguém melhor que Kalil Gibran para traduzir o que sinto.

Deixo para ele encerrar, sem antes desejar a meu amor Gabriel Kalki Tinôco de Rezende, vida longa, saúde e prazer em tudo que acontecer.

Estarei sempre com você Lolinho, te amo muito meu amor.

“Vossos filhos não são vossos filhos….

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.”

Flávio Rezende, aos seis dias, segundo mês, ano dois mil e vinte e dois. 8h15.
Praia de Camurupim

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