Francisco de Sales Felipe

OBRIGADO, BRISA! (FRANCISCO SALES FELIPE)

Certa vez, li a luz azul de uma frase. - O senhor me ensinou a sentir saudade. Brisa, filha amada, a minha vida é um roteiro traçado para uma alma compulsivamente itinerante. Talvez por essa razão tenha visitado tanto chão e tanto porto. E foi assim, deitando meus pés no caminho para pintar de esperança os horizontes sonhados que senti a melhor de...

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NÓS DOIS (Francisco de Sales Felipe)

//REPRODUÇÃO// Basta um pouco da nuvem branca do teu riso. Depois, a taça do vinho branco para lembrar. São meus momentos nos nossos acasos. E vamos nós dois nessa ilusão sem palavras. Um do outro só o nome. Esta confissão divina. E vamos agora que o amanhã vem chegando. E todo esse silêncio diz melhor sobre o fogo Que arde na ausência. Essa presença teimosa De nós dois...

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TALVEZ FOSSE ASSIM…

Crédito: Sergey Nivens - Fotolia   Por Francisco de Sales Felipe   Talvez fosse assim. Um abandonar-se docemente. Um deixar que tudo acontecesse nesse bom tempo. Não se ouvia nada. A não ser os passos da gente. Eu te entregaria, amada, a rua que tanto te esperou. Eu te daria a lua no abajur que o tempo nos emprestou. Somos dois até nos despir do mundo que nos...

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CANDEEIRO

Por Francisco de Sales Felipe Toma este pedaço de pano. Molha no azeite do tempo. Quero ver mais uma vez no teu pavio as chamas do ontem. Vem comigo meu bom candeeiro. Nas madrugadas passadas, Sempre foste a minha luz iluminando o meu silêncio e meu estudo. Vim juntar, companheiro, teus fragmentos aos meus desencantos. Vê , agora, pelo teu abajour o meu rosto assombrado...

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A TARDE E A PRAIA

Foto: Flickr   Por Francisco de Sales Felipe A tarde anda nua. Apenas um azul a ilumina. Na sua carne há gosto de sal. Talvez as espumas marinhas Queiram vestir sua faceirice. Ainda ontem eu a vi sentada na areia. Não dizia nada porque a beleza Será sempre silenciosa. Um quase nada de sorriso na face Me deixou sem saber o nome daquela Tarde, daquele mar e daquela praia. Eu me esqueço sempre...

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MEU ADEUS A JÁCIO MAMEDE GALVÃO

  A vida é travessia entre as estações incertas nesse universo infinito. Nascemos e renascemos em cada passagem nas planícies da existência humana. Jácio Mamede me ensinou a ser sertão. Ouvimos pelos caminhos da Toscana o bater da sola dos nossos passos peregrinos. Subimos montanhas. Visitamos templos. E sempre estava na pessoa dele a virtude como marca atávica dos nossos antepassados...

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Verão

Quando pisas dois girassóis acordam meus desejos. Quando corres, escorrem nos meus sonhos os passos Do calor do sol que te queima. E em mim ainda arde o beijo. Essa enlouquecida profusão de bocas enluaradas Nessa fogueira onde se abrasam as ilusões de ontem Com esses lábios, agora nesse mel de súplicas. Não. Não quero, amada, devorar a primavera... Quero, sim, amar o verão de todos...

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Boêmios da minha geração

Era tão bom quando contava o pouco dinheiro que eu economizara para viver a alegria do ARPÈGE. E quando me sobrava para ouvir Núbia Lafaiete na radiola-de-ficha meu prazer de bemol ia a sustenido. - eu estava ali tomando o dinheiro daquele besta para gastar com a gente. Dizia a minha amada, filha da noite. E eu me transportava para os...

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